Analistas veem juros estáveis em 7,25% ao ano até o fim do ano que vem

Analistas veem juros estáveis em 7,25% ao ano até o fim do ano que vem

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:09

 

Os economistas do mercado financeiro deixaram de acreditar, na semana passada, que a taxa básica de juros da economia brasileira será elevada em 2013, informou o Banco Central nesta segunda-feira (12), por meio do relatório de mercado, também conhecido como Focus. O documento é fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
A previsão do mercado é de que os juros permaneçam no atual patamar de 7,25% ao ano (mínima histórica) até janeiro de 2014, quando avançariam para 7,75% ao ano. Em março de 2014, os juros subiriam para 8% ao ano e, em abril daquele ano, para 8,25% ao ano, preveem os analistas dos bancos.
A expectativa anterior do mercado financeiro, coletada na semana retrasada, era de que os juros voltariam a subir em outubro do ano que vem - quando a taxa avançaria para 7,5% ao ano. Em 5 de outubro deste ano, há pouco mais de um mês atrás, a previsão da maior parte dos analistas dos bancos era de que os juros básicos da economia retomariam uma trajetória de crescimento a partir de janeiro do ano que vem, quando subiriam para 7,5% ao ano.
 
Mudança na percepção do mercado
A mudança na percepção do mercado financeiro sobre o início do ciclo de alta dos juros aconteceu após o BC ter baixado os juros para 7,25% ao ano neste mês, quando parte do mercado acreditava em manutenção da taxa , e ter informado que os juros deveriam permanecer estáveis por um "período suficientemente prolongado" de tempo. A ata do Copom informou, em outubro, que o corte de juros do início deste mês deveria ser o "último".
Pelo sistema de metas que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para 2012, 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. 
 
Em 2011, o IPCA ficou em 6,50% - no teto do sistema de metas do governo brasileiro. Para este ano, a previsão dos economistas é de que a inflação some 5,45%, novamente acima da meta central de 4,5%. O BC informou recentemente, porém, que o crescimento da inflação neste ano está relacionado com a alta das "commodities" (preços de produtos básicos com cotação internacional, como minério de ferro, alimentos e petróleo, por exemplo) e que, por isso, estaria buscando convergência da inflação para a meta "de forma não linear" (em anos subsequentes, e não em 2012).
 
Inflação
Para a inflação, a expectativa do mercado financeiro, coletada na pesquisa Focus da última semana, divulgada nesta segunda-feira pelo BC, passou de 5,44% para 5,46% para 2012. Na semana anterior, havia registrado a primeira queda em 16 semanas. Para 2013, a estimativa dos analistas dos bancos para a inflação permaneceu estável em 5,40%.
 
Crescimento do PIB
A estimativa do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, por sua vez, permaneceu estável em 1,54% na última semana. Para 2013, a previsão dos analistas do mercado permaneceu em 4% de expansão.
Se confirmado, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano será o pior desde 2009, quando o país sentia os efeitos da primeira etapa da crise financeira internacional. Naquela ocasião, o PIB registrou retração de 0,3%.
Para a produção industrial, entretanto, a estimativa de crescimento, dos analistas dos bancos, recuou em 2012. Neste ano, a previsão de queda passou de 2,31% para 2,32%. Já em 2013, a expectativa de crescimento recuou de 4,15% para 4,10%.
 
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2012 permaneceu em R$ 2,02 por dólar. Para o fechamento de 2013, a estimativa ficou inalterada em R$ 2,01 por dólar.
A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2012 subiu de US$ 18,20 bilhões para US$ 18,90 bilhões na semana passada. Para 2013, a previsão do mercado para o saldo positivo da balança comercial brasileira avançou de US$ 15 bilhões para US$ 15,43 bilhões.
Para 2012, a projeção de entrada de investimentos no Brasil ficou inalterada em US$ 60 bilhões. Para 2013, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros permaneceu estável também em US$ 60 bilhões na última semana.
 

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