Após cair 8,08% na segunda-feira (8) e registrar o menor patamar de fechamento desde 30 de abril de 2009 (47.289), a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) opera em alta nesta terça-feira (9).
Às 12h, o Ibovespa subia 4,39%, aos 50.807 pontos, no segundo dia de negócios após o rebaixamento da nota de crédito de longo prazo dos EUA pela Standard & Poor's.
Os temores de que os problemas fiscais nos Estados Unidos e em várias economias europeias levem a um menor crescimento mundial leva os investidores a fugirem das ações, consideradas ativos de maior risco, e faz os preços caírem. A principal expectativa dos investidores nesta terça é com a reunião do Federal Reserve sobre política monetária. No comunicado a ser divulgado às 15h15, o mercado busca sinais de novas políticas de estímulo à economia dos Estados Unidos.
A queda diária de ontem foi a maior desde 22 de outubro de 2008, auge da crise financeira desencadeada pela quebra do banco Lehman Brothers, quando o Ibovespa caiu 10,18%, e acionou o 'circuit breaker' pela última vez - regra que interrompe a negociação das ações por meia hora quando o índice atinge 10%.
Bolsas estrangeiras
Após registrar quedas acentuadas no início do pregão, as principais ações e bolsas europeias operam instáveis , oscilando entre altas e baixas. Perto das 11h50 (horário de Brasília), o índice FTSEurofirst 300, que mede as principais ações europeias, registrava alta de 0,33%. No mesmo horário, o índice FTSE 100, da Bolsa de Valores de Londres (Inglaterra), que chegou a cair cerca de 5%, subia 0,68%.
O mercado americano abriu o dia em alta. As operações em Wall Street abriram com valorização, um dia depois da queda de mais de 5% no Dow Jones e um recuo de 6,90% no Nasdaq.
Perto das 11h50 (horário de Brasília), o Dow Jones aumentava 1,66%, para 10,989.30 pontos. O S&P 500 registrava valorização de 2,34%, aos 1,145.63 pontos. O Nasdaq subia 2,94%, marcando 2,427.01 pontos. Influências do mercado
O destaque do dia é a reunião do Federal Reserve (Fed), banco central americano, nesta tarde. O mercado está atento à possibilidade de a autoridade monetária anunciar uma nova rodada de estímulo para o país.
Estão em pauta, ainda indicadores referentes à China . A inflação do país segue em níveis elevados. O índice de preços ao consumidor subiu 6,5% no mês passado, na comparação com um ano antes, a maior em três anos. O resultado veio na sequência da alta de 6,4% em junho, também no comparativo com igual período do exercício anterior.
A produção industrial da China cresceu 14,0% em julho, na mesma base de comparação, o que representa uma desaceleração ante o aumento de 15,1% registrado em junho. O resultado ficou abaixo das previsões de analistas. Por fim, as vendas no varejo chinês expandiram-se 17,2% em julho.
Crise na Europa
Na Europa, as discussões sobre a crise fiscal seguem agitadas. O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, insistiu nesta terça que os governos sejam responsáveis e reforçou a necessidade de que os Estados diminuam seus déficits e implementem as medidas acertadas no mês passado.
O recado foi dirigido especialmente aos governos da Itália e Espanha, para os quais Trichet pediu o retorno à normalidade na situação orçamentária.
Trichet comentou que o BCE está atuando nos mercados sencundários de dívida, mas não deu detalhes. Operadores ouvidos por algumas agências de notícias deram conta ontem, por exemplo, que a autoridade monetária europeia comprou bônus italianos e espanhóis.
Balanços
Na cena corporativa brasileira, o destaque do dia parte do Banco do Brasil, que registrou lucro líquido recorrente de R$ 3,2 bilhões no segundo trimestre, um crescimento de 38,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, a América Latina Logística (ALL) encerrou o segundo trimestre do ano com lucro líquido contábil consolidado de R$ 185,6 milhões, o que representa um avanço de 20% em relação ao mesmo período do ano passado, quando reportou ganho de R$ 154,9 milhões.
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