Aumento na cotação do dólar pode ser repassado ao consumidor final, diz BC

Aumento na cotação do dólar pode ser repassado ao consumidor final, diz BC

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:31

Aumento na cotação do dólar pode ser repassado ao consumidor final, diz BC

O aumento da cotação do dólar pode levar a repasses aos preços de produtos ao consumidor final, segundo o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje, 22 de dezembro, pelo Banco Central (BC). "A depreciação cambial pode refletir-se, em menor ou maior grau, em repasses aos preços dos bens e serviços finais", diz o relatório.

O Banco Central avalia, no entanto, que a revisão das perspectivas para a inflação global (influenciada pelo recuo das cotações de commodities - matérias-primas), aliada à esperada redução da atividade econômica, "sugerem que pode haver um estreitamento na capacidade de as firmas repassarem os aumentos de custos advindos da depreciação do câmbio para os preços ao consumidor".

O BC destaca ainda "a existência de um risco associado à defasagem entre a variação cambial e sua repercussão sobre os preços ao consumidor".

"Isso porque, existe uma cadeia que vai do preço do produto importado em moeda nacional na alfândega, passa pelo transporte, pelo comércio atacadista e finalmente chega ao consumidor final", explica o relatório.

O BC também avalia que devido às oscilações da taxa do câmbio nos últimos meses e da incerteza sobre o patamar em que se estabilizará, as empresas "podem estar aguardando um quadro mais claro para, então, definir os possíveis reajustes".

"Em princípio, os últimos movimentos de preços no atacado têm apontado um cenário de repasses mais contidos no curto prazo", diz o relatório. "Entretanto, na eventualidade de que patamares para a taxa de câmbio anteriormente vistos como transitórios passem a ser avaliados como permanentes, aumenta a probabilidade de que o repasse se intensifique", alerta.

Segundo o relatório, em cenário com redução da atividade econômica e um "repasse cambial de baixa magnitude, o efeito inflacionário não seja desprezível". Nesse cenário, é possível que se verifique elevação da inflação no curto prazo e redução no médio prazo. "Nesse caso, cabe à política monetária [que usa os juros básicos - Selic - para controlar a inflação] evitar que os movimentos de preços decorrentes da depreciação cambial contaminem as expectativas de inflação ou se traduzam em efeitos de segunda ordem decorrentes de tentativa de realinhamento de preços, incluindo salários, a valores anteriores à depreciação".

Postado por: Claudia Moraes

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