Baixo consumo e desemprego desaceleram recuperação dos EUA, constata FMI

Baixo consumo e desemprego desaceleram recuperação dos EUA, constata FMI

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:11

O Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu hoje que a recuperação dos Estados Unidos está começando a desacelerar, principalmente por causa do baixo consumo das famílias e do alto desemprego, o que dificultará o crescimento em 2010 e 2011. Em seu relatório sobre as Perspectivas Econômicas Mundiais divulgado hoje, o FMI prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano de 2,6% em 2010 e de 2,3% em 2011, o que significa uma redução - de 0,7% e 0,6%, respectivamente - dos prognósticos de julho passado.

Em sua análise, o FMI avalia que a "economia americana está se recuperando graças a uma política macroeconômica de estímulo sem precedentes, com medidas de emergência para a estabilização financeira e uma alta cíclica modesta". No entanto, o ritmo da expansão econômica "está começando a desacelerar", adverte o organismo. Concretamente, explica o relatório, a economia americana cresceu a um ritmo anual de 1,7% no segundo trimestre, menos do que os 3,7% registrados nos primeiros três meses do ano. E mais, acrescenta o FMI, os indicadores "sugerem uma recuperação lenta nos próximos trimestres".

O Fundo atribui boa parte desta lentidão ao reduzido consumo privado, o maior componente do PIB dos EUA. A esse respeito, a instituição explica que o patrimônio das famílias americanas "foi fortemente deteriorado", os preços dos imóveis caíram entre 25% e 30% durante os últimos três anos, o desemprego continua sendo alto - com uma taxa do 9,6% - e os bancos seguem reticentes a conceder créditos aos consumidores. "A perspectiva mais provável para a economia americana é uma recuperação contínua mas lenta, com crescimento muito menor" do que em períodos de crise anteriores, destaca o FMI. A taxa de desemprego permanecerá alta, com 9,7% em 2010 e 9,6% em 2011. Neste cenário, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) permanecerá baixo.

O Fundo prevê uma inflação de 1,4% este ano e de 1% o próximo. Frente a estes desafios, o Governo dos EUA terá que encontrar a maneira de encerrar a política intervencionista sem prejudicar a frágil recuperação, assinala o FMI. Um desafio macroeconômico claro é garantir que a dívida pública atinja níveis sustentáveis sem afetar a recuperação. Por fim, o relatório defende que a política monetária dos EUA deveria optar por taxas de juros baixos devido à fraca pressão inflacionária, ao crescimento inferior ao esperado e às persistentes tensões financeiras.     Postado por: Guilherme Pilão

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