O Banco Central divulgou relatório trimestral de inflação nesta terça-feira, dia 22, em que projeta o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010 em 5,8%. Segundo o órgão, a expectativa é de retomada crescente da atividade econômica, sustentado exclusivamente pela demanda interna. Para 2009, a previsão de crescimento foi reduzida de 0,8% para 0,2%.
A previsão de inflação para este ano, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de 4,2% para 4,3% em 2009, em um cenário com a taxa Selic a 8,75% e dólar a R$ 1,75. Em 2010, segundo a autoridade monetária, a inflação deve ficar em 4,6%.
No Brasil, vigora o sistema de metas de inflação, pelo qual o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central tem de calibrar a taxa de juros para atingir uma meta pré-determinada com base no IPCA.
Para este ano, 2010 e 2011, a meta central de inflação é de 4,50%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Com isso, o IPCA pode ficar entre 2,50% e 6,50% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Obras do PAC
Os inúmeros projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em especial do setor de construção civil, devem empurrar a atividade produtiva em 2010. Esse é o argumento do Banco Central (BC) para projetar a expansão real para o Produto Interno Bruto (PIB).
O crescimento será, segundo o BC, "sustentado, exclusivamente, pela demanda interna" e deverá " refletir a ocorrência de desempenhos favoráveis em todos os setores da economia".
Como efeito da saída da crise, não só do país, mas também do resto do mundo, conforme as expectativas gerais, a agropecuária deve crescer 3,7%, avalia o BC. Mas será a indústria o carro-chefe do crescimento. A projeção é de alta de 7,6% para o setor em 2010, que deve amargar queda de 5% neste calendário. A estrela será a indústria de transformação, com elevação de 8,8%. A construção civil deve ter avanço de 6,4%, "favorecida pela retomada dos investimentos e pela continuidade das obras" do PAC.
O setor industrial extrativista deve evoluir 6,4%, puxado pelo petróleo e perspectivas de êxito na camada do pré-sal. Enquanto a distribuição de água, gás e eletricidade está com projeção de aumento em 4,8% pela autoridade monetária.
O setor de serviços está com estimativa de 5% de crescimento, puxado pelo setor financeiro (7,2%) pela continuidade de expansão do crédito. Para o comércio, o BC estima ampliação de 6,5%, além de 6,4% para as áreas de transporte, armazenagem e correios. E serviços de informação deve ter crescimento de 6,5%.
Famílias
O consumo das famílias deve subir 6,1% em 2010, segundo o BC, trajetória "consistente" com a recuperação do mercado de trabalho e acomodação da inflação. A expansão do consumo do governo é projetada em 2,9%, de forma que a demanda interna deve contribuir com 6,9 ponto percentual para a soma do PIB.
O setor externo, entretanto, continuará com contribuição negativa, neste caso de 1,1 ponto percentual em 2010, embora exportações e importações devam apresentar evolução positiva.
O governo deve recuperar receita em 2010, de forma que a receita de impostos vai sair da posição de equilíbrio (zero) neste ano para expansão de 6,3%.
Para os investimentos medidos pela formação bruta de capital fixo, o BC espera um comportamento mais do que favorável: alta de 15,8% no comparativo com 2009, quando esse indicador deve ter recuo de 9,9% em relação a 2008.
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