BB e Bradesco podem comprar participação no BES África

BB e Bradesco podem comprar participação no BES África

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:17

O Banco do Brasil, o Bradesco e o Banco Espírito Santo (BES) anunciaram hoje uma parceria para o desenvolvimento de estratégias para atuação conjunta no continente africano. O veículo desta operação será a holding BES África, da qual o BES tem 100%, que poderá ter a entrada do BB e do Bradesco como novos sócios. Os bancos brasileiros poderão comprar uma participação no capital da BES África ou participar de um futuro aumento de capital. O formato da operação será anunciado entre 60 e 90 dias.

“O presidente Lula é que estabeleceu essa diretriz”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no anúncio da associação, hoje, em São Paulo. “São países que estão em forte expansão econômica, em reorganização política e onde há uma forte presença de empresas brasileiras”, afirmou. Segundo Mantega, a parceria mostra que pode haver sinergia entre os setores público e privado. Ele disse, ainda, que a operação não exclui negociações que o BB está empreendendo nos Estados Unidos.

O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, disse que a África está passando por um boom de desenvolvimento econômico, por suas riquezas minerais, potencial cimenteiro e de alimentos. “A África está encontrando seu caminho”, afirmou. “Nós vamos ajudar os governos locais a promover as finanças, a inclusão bancária que já acontece no Brasil, mas também acontece na África.”

Segundo o presidente do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, a parceria entre as três instituições faz parte do processo de internacionalização dos bancos brasileiros. A participação societária de cada banco na nova operação, os valores envolvidos e a forma de atuação passam a ser desenhados a partir de agora. “Devemos ter uma definição em até 60 a 90 dias. A parceria se dá sobre a holding do Banco Espírito Santo, que é apartada da área de capital e societária do banco”, disse Bendine.

O presidente do BES, Ricardo Salgado, informou que a operação africana proporcionou um resultado ao banco de US$ 200 milhões no ano passado. O BES África tem operações em diversos países. Em Angola, tem 30 agências, na Líbia, 20 agências, em Cabo Verde acaba de abrir uma sede, além de participações em outras instituições na Argélia, no Marrocos e em Moçambique.

Segundo Trabuco, na África há países com índice de bancarização menor que 15%. “Se chegarmos a 30% da população com os produtos que temos aqui no Brasil, é uma grande oportunidade.”

Os executivos dos bancos destacaram que não está definido ainda se será criada uma bandeira nova para atuar nos países africanos, mas a tendência é que sejam preservadas as marcas locais. Disseram, ainda, que qualquer operação terá de passar pela autorização dos bancos centrais de cada país.

Bendine, do BB, disse que os estudos para a compra de uma instituição nos Estados Unidos permanecem de pé. “O BB, bem como outros bancos brasileiros, permanece com sua estratégia de internacionalização. Temos interesse em entrar no continente norte-americano. Isso atrasou um pouco porque levou tempo para o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) autorizar nossa atuação como banco comercial lá. Temos, inclusive, um adviser estudando as possibilidades.”  

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