O Bradesco e o Banco do Brasil, que na sexta-feira anunciaram a aquisição das partes do Santander na Cielo e na CBSS (Companhia Brasileira de Soluções e Serviços) - que emite os cartões Visa Vale -, disseram, ontem, dia 26, que a operação demonstra a sua "confiança" no crescimento futuro desse mercado, mas expressaram dúvida a respeito de quão interessante pode ser para uma nova empresa entrar no setor.
No ano passado, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) quebrou as regras de exclusividade que as credenciadoras tinham em relação às bandeiras de cartão de crédito e de débito.
Dessa forma, as máquinas da Cielo passaram a ter que aceitar cartões que não somente Visa, da mesma forma que os da Redecard devem passar outros cartões além do MasterCard. Segundo os especialistas, até 20 novas companhias - inclusive estrangeiras - podem passar a atuar no segmento, nos próximos anos, com essa abertura.
O próprio Santander resolveu deixar a sociedade na Cielo porque está estruturando a sua própria credenciadora. "Foi uma discussão entre concorrentes e cavalheiros. Não estamos, porém, em posição passiva, estamos em posição ativa. Estamos aqui para competir", afirmou Marcelo Noronha, diretor geral da Bradesco Cartões, em teleconferência com jornalistas.
Na sua opinião, o processo de rompimento da exclusividade - que, para a Cielo, termina em junho -, é "absolutamente salutar". "Porém, o credenciamento [de lojistas] é apenas uma parte do trabalho. A maior pergunta que nos fazemos, neste momento, é: até que ponto vale a pena [para uma nova empresa] credenciar um milhão de novos pontos em todo o país?", questionou, acrescentando que é no Brasil que o mercado de cartões apresenta a maior taxa mundial de crescimento.
Para Paulo Caffarelli, vice-presidente do Banco do Brasil, apesar da liberalização, a Cielo "continuará sendo a líder de mercado".
Por: Denise Godoy
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