BTG Pactual terá até 2028 para quitar compra do Panamericano

BTG Pactual terá até 2028 para quitar compra do Panamericano

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:58

Em fato relevante publicado no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite desta segunda-feira (31), o banco Panamericano informa que o BTG Pactual terá até 2028 para pagar ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC) os R$ 450 milhões da compra da instituição financeira do apresentador e empresário Silvio Santos.

Se o BTG decidir levar a dívida até o prazo final, esse valor pode chegar a R$ 3,8 bilhões, já que a quantia é corrigida em 110% pela Taxa DI, segundo consta no fato relevante. A instituição, no entanto, pode quitar a valor com o FGC a qualquer momento antes da data limite estipulada.

O fato relevante não deixou claro para quem foi transferida a responsabilidade pela dívida de R$ 2,5 bilhões do Panamericano.

Operação

A venda do Panamericano foi confirmada pelo próprio Silvio Santos na noite desta segunda-feira. "Vendi o banco, claro. Não podia deixar de vender o banco. Porque o meu banco não deu prejuízo pra ninguém. Não ganhei nada, não perdi nada", disse.

Em nota, o BTG Pactual confirmou, pouco depois, ter acertado a compra da fatia do apresentador na instituição. Segundo o BTG Pactual, a compra foi fechada por R$ 450 milhões.

Com o acordo, a instituição passa a deter 34,64% do Panamericano, com 51% das ações ordinárias – o que garante o controle do banco – e 21,97% das preferenciais. “O patrimônio do Grupo BTG Pactual é de aproximadamente R$ 7,3 bilhões e o do Banco BTG Pactual, de R$ 5,6 bilhões”, diz a instituição em nota.

Pelo acordo, a Caixa Econômica Federal (CEF) manterá sua participação de 36,56% no capital social total do banco. Será feita ainda, na data da conclusão do negócio, uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) aos acionistas minoritários, nas mesmas condições oferecidas ao acionista controlador, pelo preço de R$ 4,89 por ação.

O comando do Panamericano ficará nas mãos de José Luiz Acar Pedro, sócio do BTG..

Crise

Em novembro, o Panamericano recebeu um aporte de R$ 2,5 bilhões, com recursos obtidos junto ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), tendo os bens do grupo Silvio Santos como garantia, depois que o BC identificou um rombo nas contas da instituição.

De acordo com a autoridade monetária, o Panamericano mantinha em seu balanço, como ativos, carteiras de crédito que já haviam sido vendidas a outros bancos. Também houve duplicação de registros de venda de carteiras. Com isso, o resultado do banco era inflado.

Em novembro, o Banco Central e o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) organizaram um plano que resultou na injeção, pelo FGC, de R$ 2,5 bilhões no Panamericano para reforçar o seu balanço e evitar uma corrida aos depósitos. O FGC emprestou o dinheiro a Silvio Santos, que deu como garantia as empresas do seu grupo, que incluem uma emissora de televisão e uma fabricante de cosméticos.

Especializado nos segmentos de leasing e financiamento de automóveis, o Panamericano teve 49% do capital votante e 35% do capital total vendido para o banco estatal Caixa Econômica Federal em dezembro de 2009, por R$ 739,2 milhões.

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