Chegou a hora: 2010 é o ano do crédito imobiliário, dizem especialistas

Chegou a hora: 2010 é o ano do crédito imobiliário, dizem especialistas

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:28

Foi um ano difícil: 2009 deixou sua marca na história da economia e um peso no bolso dos consumidores. Bancos quebraram, bolsas caíram, moedas se desvalorizaram. Mas a palavra-chave do ano da crise certamente foi ''crédito''. E o consumidor sabe muito bem o porquê. Receosos, os bancos seguraram os recursos e as condições daqueles que ainda concediam empréstimos (juros altos e prazos curtos) afastaram os consumidores, também receosos em comprometer a renda em tempos incertos.

Porém, já a partir do segundo semestre, a melhora do quadro econômico, a queda das taxas de juros e ampliação do crédito elevaram a confiança do consumidor, que foi às compras para adquirir principalmente bens duráveis - que dependem do crédito - e, alimentando novamente o ciclo, fez que a oferta de crédito aumentasse ainda mais. ''A confiança é um elemento importante na hora de o consumidor tomar crédito. Quanto mais confiante está o consumidor, maior a disposição dele para entrar em financiamentos de longo prazo'', explica o gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi.

E é a confiança que fará crescer, vertiginosamente, uma linha de crédito que não teve espaço neste ano: o imobiliário. ''Como a confiança foi restabelecida ao longo do segundo semestre, acredito que neste ano não houve tempo hábil para que essa melhora consistente conseguisse produzir seus efeitos plenos'', afirma Rabi. Ele explica que a última etapa da recuperação da confiança é quando há impactos no mercado imobiliário. O que deve ocorrer em 2010.

A vez do crédito imobiliário

Para o economista da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) Marcel Solimeo, 2010 será certamente o ano do crédito imobiliário. ''Em termos relativos, é o crédito que deve se expandir mais, não só por causa dos incentivos à construção civil, mas também porque a base é muito baixa''. Isso significa que, de maneira geral, o crédito imobiliário não alcança 2% do total do PIB. Dessa forma, o espaço para ampliação dessa modalidade existe - e é vasto.

E não é só isso. Solimeo explica também que, com o retorno de um cenário econômico favorável e devido às lições deixadas pela crise econômica, muitas pessoas estudam diversificar os investimentos e o imóvel é uma alternativa. ''Com isso, você vai ter uma oferta de recursos também para atender a essa demanda, que será maior'', explica.

Para Rabi, é natural que o próximo ano seja o do crédito imobiliário, uma vez que, neste semestre, os consumidores se voltaram ao crédito para compra de eletrodomésticos, eletroeletrônicos e veículos. ''Vamos chegar a essa fase na qual a recuperação deva atingir de forma mais forte o setor imobiliário''.

Segundo ele, de maneira geral, o crédito ao consumidor crescerá. Porém, o financiamento habitacional se sobressairá dentre as demais modalidades. Dessa forma, em 2010, eletros e veículos perderão um pouco de espaço para o crédito imobiliário. ''Não que [o crédito para aquisição de] automóveis e eletros caia, vai crescer, mas não vai ter um crescimento tão bom como o do segundo semestre deste ano. Acho que o crescimento bom do ano que vem virá do crédito imobiliário'', ressalta Rabi.

Solimeo calcula que o crescimento do crédito ao consumidor de maneira geral deve ser em torno de 15% a 20%. ''Percentualmente, o crédito imobiliário pode crescer até mais de 50%, mas ainda é um volume inexpressivo'', completa.

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