Deputados e senadores franceses reunidos nesta segunda-feira (25) em uma comissão mista para elaborar o texto de compromisso sobre a polêmica reforma das aposentadorias alcançaram um acordo, o que deve permitir a votação definitiva do projeto de lei na próxima quarta-feira.
Ao mesmo tempo, todos os depósitos de combustíveis que seguiam bloqueados no país foram liberados, disse o presidente da União Francesa de Indústrias de Petróleo, Jean-Louis Schilansky.
O governo do presidente Nicolas Sarkozy, que tenta passar a mudança na Previdência, havia feito um novo apelo à população para que parasse com as greves e protestos, que já teriam gerado prejuízos de 3 bilhões de euros ao país. Texto de consenso
A comissão mista, dominada pela União para o Movimento Popular (UMP) de Sarkozy, eliminou as diferenças entre as duas câmaras para alcançar um texto de consenso, anunciou à AFP a presidente da comissão de Assuntos Sociais do Senado, Muguette Dini.
O projeto de lei será considerado adotado definitivamente pelo Parlamento depois que as conclusões da comissão mista forem aprovadas na terça-feira pelo Senado e na quarta-feira pela Assembleia Nacional (câmara baixa).
Em seguida, será promulgado por Sarkozy, por volta de 15 de novembro. A oposição, no entanto, ainda pode recorrer no Conselho Constitucional.
A reforma aumenta de 60 para 62 anos a idade mínima para se aposentar, e de 65 para 67 anos a idade para receber a pensão completa.
Apesar dos apelos do governo, os sindicatos planejam a organização de novos protestos esta semana, além de manter a pressão sobre o setor de energia.
A ministra da Economia, Christine Lagarde, indicou nesta segunda-feira que o custo das greves contra a reforma pode ser avaliado em "200 milhões a 400 milhões de euros diários".
Segundo o jornal "Le Figaro", que cita o ministério da Economia francês, o custo total das oito jornadas nacionais de greves e manifestações contra a reforma foi calculado em entre "1,6 e 3,2 bilhões de euros".
Lagarde lançou um novo "chamado à responsabilidade", manifestando o desejo de que as atividades sejam retomadas "o mais rápido possível em condições normais".
As manifestações contra a reforma das aposentadorias são a maior crise enfrentada pelo conservador Sarkozy desde sua eleição, em 2007. A situação continuava tensa nesta segunda-feira, com 12 refinarias paralisadas e a perspectiva de um agravamento da escassez de combustível.
Num momento em que a França começa a dar os primeiros passos para fora da crise, ainda com um desemprego de quase 10%, Lagarde também deu destaque ao impacto financeiro do movimento grevista.
"Não se pode prejudicar a recuperação da economia francesa", afirmou.
Os sindicatos prometeram ir às últimas consequências, com uma nova jornada nacional de protestos na próxima quinta-feira e outra no dia 6 de novembro, além de manifestações estudantis a partir de terça-feira.
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