Com quitutes de sua terra natal, jovem casal mineiro alcança o sonho de abrir um negócio

Com quitutes de sua terra natal, jovem casal mineiro alcança o sonho de abrir um negócio

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

“Bom é ser patrão”. Foi essa ideia que levou Gicelly Mello a ficar quatro anos nos Estados Unidos, de 2001 a 2005. Durante o período, trabalhou como faxineira e montou uma poupança que, ela planejava, seria usada para   abrir algum negócio   no Brasil. “Na época eu tinha 19 anos e não sabia ao certo no que investir. Fui com meu namorado e voltamos depois para Patos de Minas, nossa cidade natal”.  

De volta a Minas Gerais, Gicelly decidiu que era hora de viajar mais uma vez. Atraída pela qualidade de vida e o suposto baixo custo, se mudou em junho de 2005 para Florianópolis, Santa Catarina, com o namorado Danilo. Lá, morou no bairro Lagoa da Conceição, conhecido por suas praias, dunas e montanhas, e se deu conta de que o aluguel e os itens básicos eram mais caros do que imaginava. A saída foi vender doces mineiros caseiros para incrementar a renda.  

“Durante o dia eu trabalhava no café mais tradicional da Lagoa e o Danilo em um restaurante. À noite, íamos para a faculdade, bancada por nossos pais, e vendíamos aos nossos colegas compotas feitas pela minha mãe em Araxá, Minas Gerais”, conta Gicelly.  

A percepção de que aquele negócio com os doces poderia se transformar em algo maior aconteceu quando o casal, que pretendia vender seis, sete compotas nas ruas da Lagoa, vendeu 30 na primeira saída. A cesta de palha usada por Gicelly já não dava mais conta e eles compraram um carrinho de feira para transportar a mercadoria.  

Em dezembro de 2005, novo insight: “Se vendemos tanto na rua, imagina se tivéssemos uma loja.”. Com os R$ 30 mil poupados durante a estadia no exterior, o casal abriu o Empório Mineiro Café, uma pequena loja de 20 m² no Lagoa Via Shopping, o melhor ponto comercial do bairro, segundo Gicelly. No local, vendiam pão de queijo, broa de milho, cachaças e doces mineiros. Como eram apenas os dois, dividiam todas as tarefas do negócio, da limpeza da unidade à administração das contas.  

Para se diferenciar da concorrência, investiram no trabalho ininterrupto. “Vimos que no bairro os comerciantes fechavam em dia de chuva, de frio. Se não tinha muito movimento, iam para casa mais cedo. Resolvemos, então, fazer diferente. Mesmo com a faculdade, nos revezávamos e conseguíamos manter o Empório sempre aberto”, afirma a empresária .     A tática deu certo e em 2007 conseguiram comprar, com dinheiro financiado, o melhor ponto do shopping: a loja da frente. “Quando surgiu a oportunidade de comprar o ponto, hesitamos porque não tínhamos dinheiro suficiente. Falei com meu pai e foi ele quem me deu coragem, disse que o mais importante eu tinha, o nome limpo e honestidade, com isso iria conseguir empréstimos e depois verba para pagar. Então, todo o dinheiro que entrava no Empório nós reinvestíamos no negócio. Tivemos que contratar   funcionários   e aumentar nosso portfólio de produtos. O Danilo sempre me dizia que aquilo era apenas uma fase, que se não podíamos viajar ou sair para jantar era em nome do nosso sonho de ter um negócio”, diz Gicelly.  

Hoje, o Empório Mineiro Café ocupa três lojas do Lagoa Via Shopping, conta com 18 funcionários e fatura cerca de R$ 80 mil por mês. O menu se tornou mais variado para agradar a clientela e os produtos mineiros são vendidos numa espécie de lojinha dentro do próprio café. A proprietária afirma que o objetivo do seu empreendimento é “aliar um legítimo empório a uma charmosa cafeteria”.  

Com a recente aquisição da primeira cafeteria onde Gicelly trabalhou assim que chegou a Florianópolis, o casal pretende abrir em junho o Empório Mineiro Delicatessen, unidade que irá comercializar apenas especiarias de Minas, como queijos, compotas, vinhos e cachaças.  

Perguntada se ela ainda acredita que ser patrão é bom, Gicelly, que conseguiu concluir em 2008 a faculdade de Turismo, responde: “Agora acho que não é bem assim, dono trabalha muito também, mas não trocaria meu negócio por qualquer outro emprego”.

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