Conheça as opções de pagamentos para compra de um carro

Conheça as opções de pagamentos para compra de um carro

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

O Brasil é considerado um país emergente, mas possui uma indústria automobilística de país desenvolvido com oferta de aproximadamente 200 modelos entre as diversas montadoras. Segundo a Abeiva (Associação Brasileira de Importadoras de Veículos Automotores) o grupo de consumidores de automóveis de luxo, importados, no patamar de R$ 100 mil, tem aumentado na mesma proporção da quantidade de opções. Os motivos são: conforto, segurança, robustez, status e atratividade de um dólar baixo. Já no segmento popular, no patamar de R$ 30 mil, os chamados veículos "de entrada" ao mercado de novos no Brasil, o número é bem mais modesto, na ordem de uma dezena de opções. Mas, independentemente do preço, percebe-se que o consumidor busca um carro diferenciando, mais equipado, mais confortável, mais potente e maior.

O "combustível" do mercado de automóveis é o crediário. Ele é responsável por aproximadamente 70% das vendas de veículos novos e usados. Porém, recomenda-se que o financiamento de veículo não comprometa acima de 20% da renda, pois na ânsia de comprar um carro novo, as pessoas não levam em conta que o salário não só é para a parcela do carro, como também para a manutenção desse veículo e outras despesas. Se o prazo for de até dois anos, o financiamento (CDC) e o leasing são mais interessantes. Agora, se o prazo for mais longo (por exemplo, 5 anos) o consórcio é a opção mais recomendada, pois os consumidores que optam pelos financiamentos mais longos, de até 72 meses, com entrada reduzida ou até zero, chegam a pagar até o dobro pelo carro. A dica é financiar o veículo dando uma entrada de 50% e optar por um prazo não superior a dois anos. Dessa maneira é mais fácil obter uma taxa de juros menor. Estando de posse desse valor pertinente à entrada, também é uma estratégia interessante optar pela compra via consórcio dando lance para retirar rapidamente o veículo, ou via leilão.

Pagamento à vista: As compras financiadas são estimuladas pelo mercado porque existe uma cultura de querer a satisfação imediata de todos os desejos da compra. Para quem pode, a compra à vista é sempre a melhor opção, pois envolve custos menores do que os financiamentos. Neste caso, a menos que você já tenha acumulado o suficiente, o melhor é estabelecer metas de poupança mensal de forma a conseguir, depois de algum tempo, poupar o suficiente para comprar seu carro à vista e com desconto. Não se esqueça de pedir desconto na compra à vista; não existem regras precisas, mas é possível conseguir algum desconto, ou pelo menos redução dos gastos com acessórios. Os juros pagos no Brasil são extremamente altos, e esse é um preço excessivo para satisfazer o desejo de ter agora, e não esperar.

CDC (Crédito Direto ao Consumidor): O carro fica no nome do proprietário, mas o bem é colocado como garantia da dívida. É importante ficar atento às taxas cobradas pelos bancos, tanto na TAC (Taxa de Abertura de Crédito), como para a tarifa de quitação antecipada. A TAC - que varia de R$ 300 a R$ 2 mil - deve preferencialmente ser paga à vista. No caso da quitação antecipada de crédito (rescisão contratual), a tarifa pode chegar a ser maior do que o valor emprestado. Para contrair um financiamento, o comprador pode adquiri-lo no banco em que é correntista ou diretamente na concessionária na qual está efetuando a compra. A vantagem da concessionária é que, na maioria dos casos, ela trabalha com diversos bancos/financeiras.

Leasing: É uma operação financeira em que a concessionária cede ao cliente o uso do automóvel por um prazo determinado, recebendo em troca uma contraprestação. No término do contrato de arrendamento, o consumidor pode comprar o veículo por valor previamente contratado, pode renovar o contrato por um novo prazo ou pode também devolver o bem ao arrendador. Essa modalidade é, na verdade, o aluguel de um veículo com uma opção de compra. A decisão de comprar ou não pode ser tomada no início, durante ou no final do contrato. A operação de leasing - também conhecida por arrendamento mercantil - está desbancando o CDC porque ficou mais vantajosa para o consumidor por contar com isenção do IOF (Imposto de Operações Financeiras), cuja alíquota foi aumentada para as demais operações de crédito. Sem contar que as taxas de juros no leasing são naturalmente inferiores porque o risco para o banco é menor - o bem fica em nome do banco, facilitando a execução no caso de inadimplência, e, no caso de pagamento antecipado das parcelas, não é permitida a redução de juros. No Brasil, o leasing é mais utilizado para veículos (75% do total), equipamentos de informática e máquinas industriais. O prazo não pode ser inferior a 2 anos e não é comum ultrapassar 5 anos. No leasing, é permitido também incluir acessórios, frete e seguro. O contrato pode ser feito adotando-se parcelas fixas em real (não reajustadas) ou parcelas pós-fixadas (reajustadas) em dólar ou TR.

Leilão de carros: O leilão de carros é público; portanto, podem participar pessoas físicas e jurídicas. Basta ter o dinheiro suficiente na conta, pois o pagamento geralmente é à vista. Hoje em dia, na maioria das vezes, os leilões são divulgados pela Internet em sites do governo, mas sempre são publicados no Diário Oficial do Município. O futuro comprador pode e deve levar o mecânico para uma vistoria no carro antes de fazer a oferta. Infelizmente não pode ligar o veículo para verificar seu estado. A vantagem da venda em leilão é o preço, na maioria das vezes bem abaixo do mercado. Porém, é necessário fazer as contas. Se por um lado os leilões chegam a reduzir entre 30% e 60% o valor do veículo em relação ao mercado, o pagamento precisa ser feito à vista, incluindo os 5% do leiloeiro. Os veículos serão vendidos no estado de conservação em que se encontram, sem garantia, inclusive de débito. Todos os débitos como IPVA, multas de trânsito do ano corrente ficarão a cargo do arrematante. O arrematante promoverá a transferência de propriedade do veículo (carro, moto etc.) junto ao Detran com os documentos que serão entregues pelo vendedor, no leilão. Todos os custos de transferência são de responsabilidade do comprador.

Consórcio: É sem dúvida a opção mais barata de parcelar a compra de um automóvel porque não cobra juros, mas apresenta uma grande desvantagem: a incerteza de receber o carro em pouco tempo. Vantagens: a primeira é a possibilidade de ser sorteado logo no início e receber mais depressa o carro; a segunda, a de poder dar um lance de 25% a 30% e levar todo o carro antes dos outros.

Seguro de proteção financeira: Pode ser parcelado pelo mesmo período do contrato; permite a quitação do financiamento (em caso de morte ou invalidez) ou de algumas parcelas (em geral, até 6 parcelas) em caso de imprevistos, protegendo o comprador da situação de inadimplência. Esse seguro tem preço que varia de 2,5% a 4,0 % do valor total financiado.

Marcos Crivelaro é autor desse artigo e  professor PhD da FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista e da Faculdade Módulo, especialista em matemática financeira e consultor em finanças.

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