De empregado a patrão

De empregado a patrão

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

Parte da terceira geração de uma família de japoneses, me formei técnico em ciência da computação e sempre sonhei trabalhar de terno e gravata como analista de sistemas em uma grande empresa na avenida Paulista, no coração de São Paulo. Só que sonhos nem sempre se tornam realidade. Recém-formado, comecei a trabalhar numa pequena empresa de desenvolvimento de software, que fechou pouco tempo depois com a implementação do Plano Collor. Desempregado, fiz o mesmo que milhares de descendentes de japoneses. Parti rumo ao Japão para trabalhar como dekassegui .  

Do outro lado do mundo trabalhei em diversos setores - autopeças, construção civil e eletro-eletrônico, entre outros. Consegui juntar um dinheiro, conhecer a cultura de meus antepassados e tive a oportunidade de vivenciar o dia a dia de várias empresas japonesas. Foi um ótimo aprendizado.  

De volta ao Brasil, em 1994, uma conhecida de minha mãe perguntou se minha família não queria comprar sua rotisseria italiana, localizada em Mogi das Cruzes, Grande São Paulo. Ela insistiu muito e acabamos comprando o negócio.  

Senti uma grande insegurança ao pensar na possibilidade de ter um   negócio próprio , porque eu pensava como assalariado e estava acostumado com a certeza de ter o salário depositado em minha conta todo mês. Não foi fácil. Por diversas vezes tive vontade de largar tudo e pensei até em voltar para o Japão, onde teria um salário depositado mensalmente trabalhando como operário. Mas eu persisti.  

Conseguimos vencer os obstáculos e conquistamos nosso espaço no mercado. Hoje, a Íris Massas Rotisserie atende 3.000 pedidos por mês e espera faturar R$ 1,5 milhão neste ano, o que representa um crescimento de 14% em relação a 2008.  

A   capacitação   foi fundamental para o sucesso da empresa. Eu e meus sócios fizemos o curso   Empretec , do Sebrae, e depois disso podemos dizer que nos tornamos verdadeiros   empreendedores . Hoje, temos funções bem definidas dentro da empresa e as decisões estratégicas são tomadas sempre em conjunto.  

Se tudo isso valeu a pena? Digo com muito orgulho que sim. Estamos numa fase de mais profissionalização. Acabamos de contratar uma consultoria de marketing para padronizar a marca, os produtos, os processos e a comunicação visual, já visando nossa futura rede de franquias.  

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