RIO - Como reflexo das medidas de restrição de crédito e da elevação da Taxa Selic, o número de consumidores em busca de crédito caiu 3% em abril em relação a março, segundo dados da Serasa Experian. Já pesquisa da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac) aponta que a taxa de juros das operações de crédito para consumidores e empresas aumentou em abril pela terceira vez no ano.
Segundo a Serasa, na comparação com o mesmo mês do ano passado, a demanda cresceu 10,6% e dá mostras de arrefecimento no segundo trimestre deste ano.
"Este resultado, em termos de crescimento anual, foi inferior à expansão de 12,9% no acumulado do primeiro trimestre de 2011, revelando que a demanda do consumidor por crédito abriu o segundo trimestre do ano em desaceleração. De fato, a variação acumulada nos primeiros quatro meses de 2011 atingiu 12,4%", informou a Serasa.
De acordo com análise dos economistas da Serasa, a desaceleração deve-se tanto pelas medidas de restrição de crédito adotadas pelo Banco Central no início de dezembro do ano passado quanto pelo atual ciclo de elevação das taxas de juros - atualmente em 12% ao ano-, o qual ainda deverá se prolongar por mais alguns meses.
A pesquisa apontou ainda que os consumidores de baixa renda (que ganham até R$ 500 por mês) continuam na liderança da busca por crédito neste ano, como ocorreu em 2010. No acumulado do primeiro quadrimestre de 2011, a expansão registrada por esta classe de renda foi de 41,8%. Em segundo lugar, aparecem os consumidores que ganham entre R$ 5.000 e R$ 10.000 por mês, com alta de 20,4%.
Por sua vez, o menor ritmo de crescimento foi registrado pelos consumidores com renda mensal entre R$ 1.000 e R$ 2.000: alta de 4,6% em relação ao primeiro quadrimestre de 2010.
As demais classes de renda apresentaram avanços em suas demandas por crédito variando entre 10,3% (renda mensal superior a R$ 10.000) e 14,4% (ganhos mensais entre R$ 500 e R$ 1.000).
Nordeste
O levantamento da Serasa apontou ainda que a maior alta da demanda dos consumidores por crédito deu-se na região Nordeste, com 15,1% de crescimento em abril, em relação a igual período de 2010. Em seguida vieram as regiões Centro-Oeste (13,7%) e Norte (13,0%).
Juro para pessoa física registrou maior taxa do ano
De acordo com o levantamento da Anefac, a taxa de juros média para pessoa física passou de 6,78% ao mês (119,72% ao ano), em março, para 6,81% (120,47% ao ano), em abril, a maior taxa desde janeiro deste ano. Das seis linhas de crédito pesquisadas, duas mantiveram suas taxas no mês (cartão de crédito rotativo e CDC - bancos para financiamento de automóveis), uma apresentou redução (empréstimo pessoal-financeiras) e três foram elevadas (comércio, cheque especial e empréstimo pessoal - bancos).
No caso do crédito para pessoa jurídica, a taxa média subiu de 3,92% ao mês (58,63% ao ano) para 3,96% (59,37% ao ano). Neste caso, a maior taxa desde agosto de 2009. Das três linhas de crédito pesquisadas, uma teve redução (capital de giro) e duas registraram alta (desconto de duplicatas e conta garantida).
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