Depósitos em poupança somam R$ 100 bilhões pela 1ª vez no ano em novembro

Depósitos em poupança somam R$ 100 bilhões pela 1ª vez no ano em novembro

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:28

Influenciados pelo pagamento da primeira parcela do 13º salário, os depósitos em caderneta de poupança somaram R$ 100,5 bilhões em novembro deste ano, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (3) pelo Banco Central. Somente na última segunda-feira (30), R$ 21,9 bilhões foram depositados na poupança.

As retiradas de recursos, por sua vez, totalizaram R$ 96 bilhões no mês passado, também as maiores do ano, de acordo com números da autoridade monetária. Com isso, a poupança captou (diferença entre depósitos e retiradas) R$ 4,46 bilhões em novembro, o maior valor desde julho (+R$ 6,67 bilhões).

Segundo cálculos do  Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o pagamento do décimo terceiro salário deve injetar cerca de R$ 85 bilhões na economia brasileira neste ano. A primeira parcela teve de ser paga até o fim de novembro.

Acumulado do ano

No acumulado de janeiro a novembro de 2009, os depósitos já superam os saques em R$ 21,22 bilhões na caderneta de poupança, segundo informações do Banco Central. Em igual período de 2008, o ingresso de recursos somou R$ 14,1 bilhões. Com isso, houve um crescimento de 50,4% neste ano.

Em novembro deste ano, o volume total de recursos depositado na caderneta de poupança chegou aos R$ 308,39 bilhões, contra R$ 302,45 bilhões no fim de outubro. No fechamento de 2008, R$ 270,44 bilhões estavam aplicados na poupança.

Atratividade da poupança

A entrada de investimentos na caderneta de poupança acontece na esteira do processo de queda dos juros básicos da economia. No fim do ano passado, a taxa Selic, definida pelo BC, estava em 13,75% ao ano. Após cinco quedas, está em 8,75% ao ano - um corte de cinco pontos percentuais em 2009.

Na poupança, cuja correção é determinada pela variação da taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês, não é cobrada taxa de administração e nem Imposto de Renda (IR). Com isso, sua atratividade frente aos fundos de renda fixa oferecidos pelas instituições financeiras ficou maior do que no ano passado.

Mudanças na poupança

Preocupado com uma eventual fuga de investidores dos fundos de renda fixa, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a anunciar mudanças na tributação da poupança para 2010. A ideia era taxar aplicações acima de R$ 50 mil com uma alíquota de 22,5%.

Segundo Mantega, isso deixaria de fora os pequenos poupadores, pois dados da equipe econômica indicam que 99% dos investidores da poupança não têm saldo acima de R$ 50 mil nesta modalidade de investimentos. Entretanto, por ser impopular, a proposta não tem sido levada adiante pelo governo federal.

Expectativa de subida dos juros

Desde o fim de setembro, cresceu a percepção, no mercado financeiro, de que os juros podem subir antes do previsto no próximo ano. Isso se deve à divulgação, por parte do Banco Central, do relatório de inflação do terceiro trimestre, documento no qual a autoridade monetária prevê aumento da inflação no fim de 2010 e início de 2011, impulsionado pelos gastos públicos.

Deste modo, argumentam parlamentares e membros do governo, não haveria necessidade imediata de taxar a poupança (cuja atratividade cresce na medida em que os juros caem). Dados da Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid) não revelam, até o fim de outubro, uma retirada de recursos dos fundos de investimento.

Por Alexandro Martello

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