O Brasil vai enfrentar desafios em relação à competitividade nos próximos anos, segundo o secretário de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Welber Barral.
"Nos últimos 20 anos, o Brasil teve conquistas impressionantes. Conseguimos consolidar uma das maiores democracias do mundo, conseguimos controlar a inflação, conseguimos diminuir a desigualdade. O desafio agora é a competitividade e esse é o tema que temos de trabalhar para deixar como marca do próximo governo", afirmou ele durante a XXIX Plenária do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos, em São Paulo.
Barral estimou que o superávit da balança comercial brasileira deverá ser 40% menor este ano em relação a 2009. Apesar disso, a meta de exportações do ano, de US$ 195 bilhões, deve ser atingida.
Ações
Segundo o secretário, há processos que estão em curso e que vão marcar o próximo governo na área comercial. Estamos trabalhando e vamos entregar para a nossa presidente a Política de Desenvolvimento Produtivo 2011-2014. Ela tem uma listagem de ações que devem ser tomadas em vários setores e se encaixa no processo do PAC, afirmou.
Há algumas com preocupações específicas, especialmente com relação a logística, que está sob pressão em razão do crescimento econômico interno e do comércio exterior. Em 2005 o Brasil exportou US$ 100 bilhões e, em 2008, passou para US$ 200 bilhões, com os mesmos portos, aeroportos e estradas.
Segundo Barral, a logística cara e o peso dos tributos tornam mais relevante a influência do câmbio sobre as exportações brasileiras: "O câmbio se torna tão importante em função dos outros elementos. Se tivéssemos uma logística mais barata, um sistema tributário mais simples e não tivéssemos tanta burocracia, o câmbio não seria tão importante, disse.
O secretário citou ainda as medidas divulgadas pelo Banco Central na última sexta-feira e destacou a importância de mudanças também na área tributária.
O governo brasileiro continua tendo uma preocupação obsessiva com inflação. O Banco Central adotou medidas para o enxugamento do crédito. Nós temos trabalhado no que se refere à desoneração. A carga tributária brasileira é muito complexa. Isso gera uma dificuldade para os investimentos no Brasil e o governo tem conhecimento disso.
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