Desde agosto de 2011, juros foram reduzidos em 9 reuniões seguidas

Mercado acredita que BC vai interromper ciclo de corte

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:10

Os economistas do mercado financeiro mantiveram, na semana passada, a previsão de que a taxa básica de juros da economia brasileira não será novamente reduzida na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, marcada para terça e quarta-feira (9 e 10) desta semana, informou a própria autoridade monetária nesta segunda-feira (8), por meio do relatório de mercado. O documento é fruto de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

A expectativa do mercado financeiro, com isso, é que o ciclo de redução dos juros, iniciado em agosto do ano passado, seja interrompido pelo BC. Desde então, a instituição promoveu nove cortes consecutivos na taxa básica da economia, que passou de 12,50% para 7,50% ao ano (o menor patamar da história), ou seja, uma redução de cinco pontos percentuais nos últimos doze meses. A decisão do Copom desta semana será anunciada na noite de quarta-feira (10).
A previsão dos analistas dos bancos é de que a taxa básica de juros terminará este ano  justamente em 7,50% ao ano. Para 2013, o mercado financeiro prevê alta nos juros. A estimativa dos economistas é de que os juros terminem o próximo ano em 8% ao ano - com um crescimento de 0,50 ponto percentual em relação ao patamar atual.

Inflação
A expectativa de interrupção no processo de cortes dos juros por parte do mercado financeiro acontece em um momento de alta da inflação. Pelo sistema de metas, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para 2012, 2013 e 2014, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Em 2011, o IPCA ficou em 6,50% - no teto do sistema de metas do governo brasileiro.

Em setembro, o IPCA acelerou para 0,57%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa é a maior para o mês de setembro desde 2003. No ano, o índice acumula alta de 3,77%, abaixo da variação de 4,97% no mesmo período do ano passado. Já em 12 meses, o IPCA tem alta de 5,28%, acima dos 5,24% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Segundo informou o BC nesta segunda-feira (8), a expectativa do mercado financeiro para o IPCA deste ano passou de 5,36% para 5,42% na última semana. Foi a décima terceira semana consecutiva de aumento na previsão. Para 2013, a estimativa dos analistas dos bancos para a inflação recuou de 5,48% para 5,44%.

Crescimento do PIB
A estimativa do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, por sua vez, permaneceu estável em 1,57% na última semana. Para 2013, a previsão dos analistas do mercado permaneceu em 4% de expansão.
Se confirmado, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano será o pior desde 2009, quando o país sentia os efeitos da primeira etapa da crise financeira internacional. Naquela ocasião, o PIB registrou retração de 0,3%. No último dia 30, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que o PIB cresceu 0,4% no segundo trimestre, acumulando alta de 0,6% até o meio do ano, na comparação com o mesmo período de 2011.

Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2012 ficou estável em R$ 2 por dólar. Para o fechamento de 2013, a estimativa permaneceu inalterada também em R$ 2 por dólar.
A projeção dos economistas do mercado financeiro para o superávit da balança comercial (exportações menos importações) em 2012 permaneceu inalterada em US$ 18 bilhões na semana passada. Para 2013, a previsão do mercado para o saldo positivo da balança comercial brasileira subiu de US$ 14,20 bilhões para US$ 14,57 bilhões.
Para 2012, a projeção de entrada de investimentos no Brasil avançou de US$ 57 bilhões para US$ 58,8 bilhões. Para 2013, a estimativa dos analistas para o aporte de investimentos estrangeiros permaneceu estável em US$ 60 bilhões na última semana.


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