Dilma terá condições de 'gastar menos e baixar juros', diz Mantega

Dilma terá condições de 'gastar menos e baixar juros', diz Mantega

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:07

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quarta-feira (10), em Seul, capital da Coreia do Sul, que o governo da presidente eleita Dilma Rousseff terá condições de diminuir gastos e baixar a taxa de juros.

Segundo ele, a partir de 2011 não será mais preciso políticas intensas de estímulo ao consumo que resultem na renúncia de receitas. No auge da crise financeira internacional, deflagrada no final de 2008, a equipe econômica do governo baixou ou zerou impostos sobre determinados produtos, como carros e eletrodomésticos.

"A partir de 2011, dá para recuar [nos gastos do governo federal]. A economia já não precisa de tantos gastos e estímulos. É provável que haja redução dos gastos correntes para deixar espaço para investimentos. E haverá condições para baixar os juros", afirmou. Ele ressaltou, no entanto, que agora não é possível promover reduções importantes na taxa selic. "De imediato não dá. Mas a redução dos juros deve ser reconduzida já no próximo ano".

Mantega não quis responder se deve continuar à frente do Ministério da Fazenda no governo de Dilma, mas disse que a presidente eleita precisa cumprir as metas econômicas estabelecidas na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento, o chamado PAC 2. "Ela deve cumprir rigorasamente o que está no PAC 2. Superávit de 3,3% [em 2011], com zero de déficit nominal e reduzir a relação dívida/PIB para menos de 30% até 2014", afirmou.

O ministro, que está em Seul para participar da reunião do G-20, disse que Dilma participou das discussões sobre as propostas que o Brasil pretende apresentar ao grupo, formado pelos 20 países detentores das maiores economias do mundo. A presidente eleita chegou à capital sul-coreana por volta de 12h40 desta quarta. Ela viajou em um voo comercial ao lado de Mantega e irá participar da cúpula como convidada especial do governo da Coreia do Sul.

"Ela está absolutamente sintonizada. Já recebeu documentos com informações adicionais e está pronta para atuar", disse. O ministro também comentou brevemente sobre o aporte de R$ 2,5 bilhões que o Banco Panamericano irá receber de seu principal controlador, o Grupo Silvio Santos. "Isso deve ser perguntado ao Banco Central, porque é mais da seara do BC, mas o que sei é que houve um problema e por meio de fato relevante o banco comunicou que esse problema foi sanado pelo grupo que colocou dinheiro na holding", disse.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários, o Panamericano informou que o objetivo do aporte é “restabelecer o pleno equilíbrio patrimonial e ampliar a liquidez operacional da instituição, de modo a preservar o atual nível de capitalização, em virtude de terem sido constatadas inconsistências contábeis que não permitem que as demonstrações financeiras reflitam a real situação patrimonial da entidade”.

Por: Nathalia Passarinho

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