SÃO PAULO - Os investidores se mostram avessos ao risco nesta jornada e procuram segurança no dólar, pressionando a moeda para cima. O motivo é a piora do cenário na endividada Europa.
Após o fechamento do pregão de sexta-feira, a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixou a perspectiva de crédito da Itália de 'estável' para 'negativa', citando débil projeção de crescimento e menores possibilidades de que a terceira maior economia da Europa consiga reduzir sua grande dívida.
Vale lembrar que, durante o pregão de sexta-feira, a Fitch havia rebaixado a nota em moeda local e estrangeira da Grécia de 'BB+' para 'B+'.
Os investidores souberam também que a atividade manufatureira da China registrou em maio a menor leitura em 10 meses. O indicador do HSBC para o desempenho do setor ficou em 51,1, contra 51,8 de abril. Apesar do abrandamento, o índice permaneceu acima de 50, que separa o crescimento da contração.
Por volta das 10h20, o dólar comercial era cotado a R$ 1,634 na compra e a R$ 1,636 na venda, valorização de 1,30%.
No mercado futuro, o contrato de junho negociado na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) registrava ganho de 0,83%, a R$ 1,640.
Na sexta-feira passada, a divisa americana havia recuado 0,12%, para R$ 1,613 na compra e R$ 1,615 na venda. Na semana, o dólar perdeu 1,10%.
No relatório semanal da AGK Corretora, a diretora de câmbio, Miriam Tavares, avalia que, nesta semana, uma 'nova onda' de desvalorização da moeda americana é 'pouco provável', por conta dos fatores externos que levam a uma piora da percepção de risco dos investidores.
'O real, que voltou a se apreciar nos últimos dias, principalmente após os dados semanais mostrarem retorno dos fluxos vigorosos de dólares em direção ao país, deve seguir oscilando perto de R$ 1,60, sem forças para romper esse patamar de forma consistente. Acreditamos que, uma nova onda de valorização do real é pouco provável, pelo menos enquanto os riscos do cenário externo permanecerem no horizonte dos investidores', escreveu Miriam.
O movimento visto neste pregão está alinhado ao mercado internacional de moedas. Há pouco, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de seis moedas rivais, subia 1,11%, aos 76,27 pontos.
O euro tinha forte queda de 1,39% em relação ao dólar, a US$ 1,3993.
Em linha com a piora da aversão ao risco, o VIX, que mede a volatilidade das opções no mercado americano e é visto com um termômetro do medo do mercado, avançava mais de 12%, aos 17,43 pontos.
Nas bolsas de valores, em Wall Street, os índices futuros apontam para um início de pregão negativo. Por aqui, o Índice Bovespa recuava 1,24%, aos 61.817 pontos.
(Karin Sato | Valor)
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