Dólar vira e opera em alta nesta segunda-feira

O dólar operava em queda até o início da tarde desta segunda-feira (25). Porém, perto das 14h20, a moeda tinha valorização de 0,17%, cotado a R$ 1,710 na compra e a R$ 1,712 na venda.

Na sexta-feira, o dólar comercial teve alta de 0,41%, cotado a R$ 1,709 na venda. Na semana, o preço da moeda subiu 2,58%, maior valorização semanal desde o começo de junho.

No sábado, o grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo anunciou esforços para evitar uma guerra cambial. Os países se comprometeram a não intervir no câmbio a fim de impulsionar suas exportações.

Incerteza

O diretor da Global Hedging, Wolfgang Walter, explica que o motivo de o real não estar subindo mais, neste momento, mostrando certo descolamento com o cenário externo, são as incertezas dos investidores estrangeiros quanto às novas medidas governamentais pra impedir a valorização da moeda brasileira.

Esse fato se soma ao segundo turno das eleições presidenciais, que ocorrerá no domingo, e à aproximação da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), no início de novembro. A expectativa do mercado é que a autoridade monetária injete mais liquidez na economia, o que contribuiria para a desvalorização do dólar.

A tendência de o estrangeiro "andar de lado", por conta desses eventos, pode explicar o pequeno aumento na posição vendida (aposta na queda do dólar) dos investidores não residentes no mercado futuro, entre quinta-feira e o último pregão. A posição passou de US$ 6,9 bilhões para US$ 7,18 bilhões. Nos dias anteriores, essa posição tinha passado por um ajuste de queda. Na última segunda-feira, para se ter uma ideia, eles estavam vendidos em US$ 10,6 bilhões.

"Tenho notado que as medidas do governo têm, de fato, afugentando um pouco a entrada de capital especulativo no país", diz Walter.