fluxo de dólares para o Brasil, que estava negativo no início de novembro, teve nova reviravolta com o ingresso de recursos registrado na semana passada e, no acumulado deste mês, voltou ao azul, segundo números divulgados nesta terça-feira (23) pelo Banco Central.
De acordo com a autoridade monetária, houve o ingresso de US$ 764 milhões na economia brasileira somente na semana passada, o que elevou o fluxo positivo deste mês, na parcial até a última sexta-feira, para US$ 750 milhões (entradas menos saídas de recursos).
Setembro e outubro
Em setembro e outubro, houve forte entrada de divisas na economia brasileira por conta do processo de capitalização da Petrobras e pela alta taxa de juros vigente no país - o que atrai aplicações financeiras para a economia brasileira em busca de uma remuneração maior. Nestes meses, respectivamente, houve o ingresso de US$ 13,72 bilhões e de US$ 6,91 bilhões no Brasil.
Contas comercial e financeira
A entrada de US$ 750 milhões no país, na parcial de novembro, aconteceu por meio das duas contas existentes: a comercial, que contabiliza as operações da balança comercial, e a financeira, que registra as remessas, as aplicações financeiras e os investimentos estrangeiros, entre outros.
A conta comercial registrou fluxo positivo de US$ 445 milhões, na parcial deste mês, até a última sexta-feira (19), enquanto a conta financeira teve uma entrada de US$ 305 milhões, ainda segundo dados do Banco Central.
Aumento da liquidez
A entrada de recursos da economia brasileira, na parcial de novembro, embora menor do que em setembro e outubro, acontece após a decisão do Federal Reserve (o BC norte-americano) de adquirir mais US$ 600 bilhões em títulos públicos até a metade do próximo ano, o chamado "quantitative easing", o equivalente a US$ 75 bilhões por mês até março de 2011.
Isso significa que estes valores estão retornando para o mercado financeiro em mais um capítulo da chamada "guerra cambial". Essa medida foi confirmada pelos EUA em 3 de novembro.
Há o temor de que os detentores destes recursos possam buscar remunerações mais atrativas para seu investimento, e o Brasil, que passa por um momento de forte expansão econômica combinada com juros reais de 5,3% ao ano - os mais elevados do planeta - poderia ser um dos principais destinos destes valores.
A entrada de recursos no Brasil, por sua vez, pode pressionar para baixo a cotação do dólar e prejudicar a competitividade das empresas brasileiras. Isso porque as exportações ficam mais caras e as compras do exterior ficam mais baratas com o dólar baixo.
Dados do BC, também divulgados nesta terça-feira, mostram, porém, que as aplicações de investidores estrangeiros em renda fixa, neste mês, estão negativas. O BC avaliou que estas aplicações já sentem os efeitos do aumento do IOF anunciado pelo governo federal.
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