O Walmart tem hoje um domínio do mercado norte-americano que é semelhante ao que o negócio entre Carrefour e Pão de Açúcar pode obter no Brasil.
O Walmart responde por cerca de um terço das vendas nos EUA, proporção similar à que teria o novo grupo no Brasil. Mas essa posição não foi alcançada sem criar controvérsias com fornecedores, funcionários e cidades.
O Walmart é criticado nos Estados Unidos pelos baixos salários que paga aos funcionários, o que faz com que a troca de empregados seja frequente e torna difícil a criação de um sindicato forte.
"Eu pago salários baixos e posso tirar vantagem disso", disse certa vez o fundador Sam Walton (1918-1992).
A polêmica mais recente envolve uma ação na Justiça dos Estados Unidos em que funcionárias afirmam que gerentes das lojas favorecem homens na hora da promoção e de aumentos salariais.
Segundo a reclamação, as funcionárias não só ganham menos que os homens como ocupam apenas um terço das posições de gerência, apesar de serem maioria nas lojas.
No final do mês passado, no entanto, a Suprema Corte norte-americana decidiu que o caso, iniciado por seis funcionárias, não pode ser enquadrado como ação coletiva, o que significaria que ele poderia abranger 1,5 milhão de atuais e ex-empregadas.
Agora, cada funcionária tem que entrar na Justiça individualmente, o que diminui o potencial de perdas para o Walmart.
Antes da decisão da Suprema Corte, por cinco votos a quatro, a expectativa era a de que um acordo custaria mais de US$ 1 bilhão à empresa, uma conta salgada mesmo para um grupo que lucrou US$ 16,4 bilhões em 2010.
O Walmart foi a 15ª companhia que mais ganhou no mundo, atrás de Petrobras e Vale, por exemplo.
FORNECEDORES
Não é só com funcionários que o Walmart é alvo de polêmicas. Aproveitando seu tamanho, ele também disputa queda de braço com seus fornecedores.
Em 2003, ele deixou, por exemplo, de vender revistas masculinas como "Maxim" e "FHM", alegando que consumidores criticavam as fotos das capas das publicações.
Outras revistas são obrigadas a usar tarja para que possam continuar a ser comercializadas nos EUA.
Concorrentes também reclamam que a política de custos baixos adotada pela rede de supermercados acaba destruindo a competição.
CIDADES
Mesmo sendo não só a principal rede de supermercados mas também o maior empregador privado dos Estados Unidos, o Walmart está fora de grandes cidades como Nova York.
No caso de Nova York, a empresa está investindo novamente para que os vereadores aprovem sua entrada. No entanto, a empresa enfrenta forte oposição de sindicatos e da concorrência.
Para os rivais, a entrada do Walmart, com seu modelo de negócios, pode significar o fechamento de lojas de diversas redes em cidades em que os mercados têm tamanhos mais modestos.
Os trabalhadores reclamam dos baixos salários e dos benefícios concedidos pela empresa, mas as críticas não têm a mesma força que nas vezes anteriores que o Walmart quis entrar na cidade, porque o desemprego hoje nos EUA está acima de 9%.
Por isso mesmo, outras cidades que adotavam a mesma política cederam recentemente e autorizaram a expansão da rede, caso da cidade de Chicago.
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