A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quinta-feira (3) pesquisa que revela que 28% das empresas brasileiras competem com companhias da China no mercado interno e, destas, 45% perderam participação na concorrência.
De acordo com a entidade, a presença da China no mercado doméstico é mais intensa em alguns setores industriais (pelo menos metade das empresas pesquisadas assinalou que concorre com produtos da China). São eles: material eletrônico e de comunicação; têxteis; equipamentos hospitalares e de precisão; calçados; máquinas e equipamentos.
A pesquisa da CNI foi feita com 1529 empresas do país, sendo 904 pequenas, 424 médias e 201 grandes companhias, entre 4 e 19 de outubro do ano passado.
Competição no mercado externo
Ao mesmo tempo, segundo o levantamento, 52% das empresas exportadoras do Brasil competem com produtos chineses no exterior. Destas empresas, 67% perderam clientes para companhias do país asiático. "A competição com produtos chineses é ainda mais acirrada no mercado internacional do que no doméstico", avaliou a CNI.
Assim como no mercado interno, as grandes empresas exportadoras estão mais expostas à concorrência com produtos chineses do que as médias e pequenas. "A perda de mercado no exterior para produtos chineses é significativa para produtos têxteis, máquinas e equipamentos e produtos de metal", informou a entidade.
Reclamação
A reclamação histórica das empresas brasileiras é que o país asiático possui melhores condições de competitividade, pois seu câmbio é sobrevalorizado artificialmente - o que permite que as exportações do país asiático sejam mais baratas. Ao mesmo tempo, o custo de contratação na China é mais barato, pois os trabalhadores não têm os mesmos direitos trabalhistas que possuem no Brasil.
Enfrentando a concorrência
De acordo com o documento da entidade, metade das empresas industriais brasileiras já definiu uma estratégia para enfrentar a competição com os produtos chineses.
"A questão vem ganhando bastante importância para a indústria brasileira: o percentual é bem superior ao registrado na pesquisa de 2006, de apenas 29% [com estratégia para combater a concorrência chinesa]", informou a CNI.
Entre as medidas para enfrentar a concorrência de empresas chinesas, está o investimento em qualidade e "design" dos produtos (assinalado por 48% das empresas pesquisadas), e redução de custo, ou ganhos de produtividade (45%).
Por Alexandro Martello
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