FMI revisa perspectiva de crescimento da América

FMI revisa perspectiva de crescimento da América

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:13

O Fundo Monetário Internacional (FMI) continua vendo riscos ao crescimento mundial, mas demonstra algum otimismo com o futuro da economia global para os próximos anos, principalmente em relação aos Estados Unidos. No relatório “World Economic Outlook”, divulgado nesta terça-feira (17), o FMI elevou a previsão de crescimento mundial deste ano em 0,2 pontos percentuais, em relação às projeções de janeiro, para 3,5%. O PIB dos Estados Unidos teve a previsão aumentada em 0,3 p.p, para 2,1%, e o Brasil, em 0,1 p.p, para 3%. Para a América Latina, Fundo aumentou estimativa de crescimento para 3,7% em 2012.

O fundo apontou que o desempenho no terceiro trimestre foi em linha com as previsões do relatório de setembro de 2011. “O PIB de muitas economias emergentes foi de certa forma mais fraco que o esperado, mas o crescimento surpreendeu para o positivo nas economias avançadas”, disse o relatório. Uma virada negativa no quarto trimestre é atribuída principalmente à zona do euro.

Preocupações

No texto, o fundo se diz preocupado com o futuro da UE, com o crescimento dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento. “Em mercados emergentes da Ásia e América Latina, negócios e produção caíram consideravelmente, em parte por conta de fatores cíclicos, mas também por recentes políticas rígidas.”
Entre os fatores considerados preocupantes pelo fundo estão ainda o “legado da crise”, os desastres naturais e aumento do petróleo, além das contas norte-americanas e o desenho da zona euro.

Alívios

“Os EUA têm visto uma enxurrada de notícias econômicas encorajadoras, com o crescimento aumentando e o desemprego caindo”, aponta o FMI. Em relação ao país, o texto otimista apontando a aceleração da atividade com o consumo e investimento em alta e o crédito e o mercado de trabalho mostrando “sinais de vida”.

A América Latina, segundo o fundo, mostrou resiliência às mudanças de aversão de risco vindas da Europa nos últimos meses. As economias teriam aguentado a pressão do risco e agora estariam vendo os capitais voltarem. "Enquanto os riscos estão amplamento balanceados, essas tensões [de inflação alta e crédito elevado] estão compliando a vida dos autores das políticas."

Entre os fatores que contribuíram para uma leve subida da expectativa de crescimento estão as expectativas de compras por parte das empresas, de países emergentes e avançados. Outro ponto positivo foi a redução da pressão das inundações da Tailândia nas cadeias de suprimento, que também aqueceram a produção industrial asiática. O medo de uma crise alargada bancária e de dívida soberana na Europa também diminuíram para o fundo.

Projeções de crescimento

Para o Brasil, a expectativa de crescimento aumentou 0,1 ponto percentual tanto para este ano quanto para o próximo. Em 2012, o FMI projeta que o país crescerá 3% e em 2013, 4,1%. As maiores revisões de crescimento se deram na Europa Central e do Leste, cuja projeção de crescimento subiu 0,8 pontos percentuais para 2012 e 0,5 pontos percentuais para 2013.

Para a economia mundial, o fundo prevê crescimento 0,2 pontos percentuais maior, de 3,5% em 2012 e 0,1 ponto maior, de 4,1% para 2013. O mercado dos EUA teve o crescimento revisto em 0,3 pp, para 2,1% este ano, e em 0,2 p.p para o ano que vem, quando deve expandir 2,4%.

Brasil e emergentes

O fundo recomenda que as economias emergentes e em desenvolvimento evitem o estímulo exagerado à atividade econômica como forma de compensar a menor demanda das economias avançadas. Na avaliação do FMI, “o sobreaquecimento da economia por conta de forte atividade econômica, aumento elevado de crédito e contínuos aumentos nos preços das commodities ainda fazem parte do cenário de diversas economias”.

Outro risco acrescido para os emergentes, diz o relatório, é a escalada do preço do petróleo, que pode impactar a inflação por conta do aumento de preços em geral e em particular de alimentos, itens que respondem pela maior parte dos gastos das famílias.

O relatório cita textualmente que o Brasil como um país “onde as expectativas de inflação superaram a meta, o que deixa o espaço para manobras políticas mais limitado”. O fundo aponta que essas políticas costumam ser as primeras respostas quando há redução da demanda mundial.

O fundo recomenda também ações, como as adotadas pelo Brasil, de gerenciamento de entrada de capitais voláteis em períodos de incerteza em relação aos fluxos de capital. Mas o FMI fala textualmente de outras medidas possíveis como “deixar a taxa de câmbio responder, ajustar as reservas internacionais e calibrar medias fiscais e monetárias.

O relatório diz que o aperto fiscal que vem sendo promovido pelos países emergentes é um caminho que tem de ser seguido.

Juros

O fundo cita que o aumento das taxas de juros têm gerado preocupações em mercados como os do Brasil, Argentina, Colômbia, Indonésia e Turquia.

O FMI esperas que as taxas de juro se mantenham próximas de zero nos EUA e no Japão pelos próximos dois anos. Em relação às eocnomias emergentes, a expectativa do fundo é que elas declinem ou se mantenham estáveis.

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