O custo de geração térmica complementar para manter o estoque de segurança de acordo com a meta traçada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS) será de R$ 500 milhões em 2010. No entanto, caso as chuvas, que foram este ano postergadas pelo fenômeno climático La Niña, não cheguem com maior força até novembro o custo de geração térmica poderá ser ainda maior.
No ano passado, como os níveis dos reservatórios estavam mais elevados, o gasto com geração térmica foi de R$ 130 milhões. A estimativa de custo de R$ 500 milhões é para o período seco, entre maio e novembro.
O diretor-presidente do ONS, Hermes Chipp, explicou que, embora já haja uma indicação de melhora climática, mais propícia às chuvas, é necessário continuar gerando as térmicas a gás. "Se a transição do período seco para o período úmido (com mais chuvas) passar de novembro, vamos continuar com a geração térmica a gás, para não correr o risco de nos arrependermos no futuro e termos que acabar gerando energia elétrica a partir de térmicas a óleo", disse Chipp.
Ele não afastou, no entanto, essa hipótese por completo, mas disse que, no momento, não há indícios da necessidade de gerar térmicas a óleo. "O valor de geração térmica só vai aumentar se o período úmido atrasar muito, aí pode ser que precise um pouco mais depois de novembro para repor esse estoque. Até agora, não se espera que isso aconteça", disse o diretor-presidente.
A estimativa do ONS é de que haja este ano um aumento de 8% da demanda por carga de energia no país, considerando-se uma base mais baixa no ano passado, devido à crise financeira internacional. Com isso, estima-se um aumento de 5 mil megawatts por mês no consumo.
De qualquer forma, isso não assusta o operador, já que o país tem hoje capacidade térmica suficiente para elevar a oferta de energia em até 14 mil MW excedentes. Em 2001, no ano do apagão, a capacidade brasileira excedente era de apenas 2,5 mil MW.
Nos próximos meses, o ONS espera que o nível de chuvas na região Norte do país volte a subir. Hoje, a região recebe excedente do Sudeste, que está com os reservatórios em 47% da capacidade, acima do nível meta de 39%. Se voltar a chover no Norte, o Sudeste poderá enviar parte deste excedente ao Nordeste, que está hoje com 44% dos reservatórios cheios, pouco abaixo dos 45% da meta.
O horário de verão, que vai do dia 17 de outubro a 20 de fevereiro, ajuda o sistema elétrico a economizar R$ 2 bilhões em investimentos para incremento de capacidade. Além disso, anualmente, há uma redução média da demanda por energia de 2,53 mil MW. No horário de pico, que vai das 19h às 22h no horário de verão, há redução de 4,6% da demanda, o que traz uma economia de R$ 80 milhões anuais, com a menor necessidade de geração térmica.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições