Gol eleva hedge de combustível e corta vagas

Gol eleva hedge de combustível e corta vagas

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:44

SÃO PAULO - Os preços crescentes do petróleo nos últimos meses fizeram a Gol rever sua política de proteção contra as oscilações do combustível, ampliando percentual protegido do consumo de cerca de 20 para 40 por cento.

A elevação nos custos ajudada pela alta do petróleo também motivou a companhia a contratar consultoria para ter um "orçamento base zero". Com isso, 1.100 vagas que estavam abertas na empresa foram fechadas em fevereiro. A Gol estimou que a economia de custo anualizada com o corte seja de 45 milhões de reais.

A empresa encerrou o primeiro trimestre com 18.706 funcionários efetivos.

Em teleconferência com jornalistas nesta quarta-feira, o vice-presidente financeiro da Gol, Leonardo Pereira, afirmou que a empresa passou a adotar uma política de hedge de combustível "mais agressiva".

"Entendemos que a realidade da indústria está diferente e estamos mais cautelosos", afirmou. Segundo ele, a decisão de aumento do hedge foi tomada na semana passada e prevê um preço de barril de petróleo WTI protegido a 95 dólares. O prazo também foi alongado, passando de 12 para entre 24 e 36 meses.

A companhia divulgou na noite de terça-feira que encerrou o primeiro trimestre com lucro operacional de 193,1 milhões de reais, praticamente estável em relação ao obtido um ano antes.

Às 12h45, as ações da Gol exibiam queda de 4,02 por cento, enquanto a rival TAM recuava 1,53 por cento e o Ibovespa mostrava baixa de 1,25 por cento.

No primeiro trimestre, as despesas da Gol com combustível subiram 21,4 por cento na comparação anual e 14,4 por cento sobre os três últimos meses de 2010, para 669,1 milhões de reais.

A companhia reviu sua projeção para o preço do barril do petróleo em 2011 de uma estimativa anterior de 82 a 93 dólares para 100 a 115 dólares. Enquanto isso, o preço do combustível previsto para o ano subiu de 1,60 a 1,83 real por litro para 2,00 para 2,10 reais.

A projeção de crescimento do tráfego aéreo no mercado doméstico em 2011 foi mantida entre 10 e 15 por cento e a de custos excluindo combustível foi reduzida.

Segundo Pereira, de olho na manutenção da rentabilidade da empresa e no ambiente de custos de insumos em alta, a Gol vai conter aumento de oferta de assentos.

No primeiro trimestre, enquanto a indústria aumentou a oferta em 14 por cento, a Gol elevou o número de assentos disponíveis em 5 por cento, disse o executivo.

O yield, que mede o preço pago por passageiro por quilômetro, recuou 0,9 por cento no primeiro trimestre na comparação anual, ficando abaixo da meta para o ano, mas a empresa afirmou que a queda ocorreu em meio a um ambiente normal de negócios e não por causa de guerra tarifária com rivais.

Para o segundo trimestre, Pereira comentou que não espera uma recuperação nos yields, uma vez que o período é historicamente o mais fraco do ano em termos de demanda para o setor. Mas para o segundo semestre, o executivo vê oportunidade sazonal de reajustes.

Pereira informou ainda que não há "negociação concreta alguma ocorrendo" entre a Gol e outras empresas, quando perguntado sobre um eventual interesse da companhia em parcerias e na aérea estatal portuguesa TAP, que pode ser privatizada este ano.

"Estamos focados em nossa plataforma no mercado doméstico", disse o executivo.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições