Governo francês aumenta pressão em investigações sobre voo Rio-Paris

Governo francês aumenta pressão em investigações sobre voo Rio-Paris

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:42

PARIS, 19 Mai 2011 (AFP) -O governo francês espera conclusões até o final de junho sobre as causas do acidente com o voo AF447 Rio-Paris, num momento em que informações esparsas começam a ser divulgadas, em um caso altamente sensível para a Airbus e para a Air France.

O Bureau de Investigações e Análises (BEA), encarregado da investigação técnica do acidente que deixou 228 mortos no dia 1º de junho de 2009, prometeu entregar um relatório até o final de junho com base nas informações contidas nas caixas-pretas do A330, que estão sendo analisadas.

Mas informações parciais já começam a ser divulgadas acerca das circunstâncias da tragédia, enquanto o governo parece pressionar o BEA a se manifestar rapidamente.

As causas serão divulgadas "no final de junho", indicou o secretário de Estado dos Transportes, Thierry Mariani.

Ele não escondeu que a pressão é grande em torno deste caso, a um mês do salão aeronáutico parisiense de Bourget, onde a Airbus deve anunciar diversas encomendas.

"Há desafios enormes, há uma fabricante de aviões, com o salão de Bourget em algumas semanas; você tem uma companhia aérea, você tem as famílias das vítimas", disse Mariani.

Mas o BEA, que atua de maneira independente, apesar de seu vínculo administrativo com a Secretaria de Estado dos Transportes, quer mais tempo para trabalhar porque seus especialistas devem analisar milhares de parâmetros antes de se pronunciarem.

Eles precisam de "vários dias, até várias semanas, para digerir tudo isso", explicou na quarta-feira à AFP seu diretor de investigações, Alain Bouillard.

O único elemento sobre o qual ele se pronunciou até o momento foi o fato de que nenhuma "disfunção maior" no avião - como uma pane elétrica total, de motores ou alarmes incompreensíveis na cabine - ficou evidente nas primeiras leituras dos registros de voo.

Mas isso não permite tirar conclusões no momento, ressaltaram os investigadores.

Enquanto isso, novos elementos continuam a ser divulgados.

Os pilotos da Air France "conseguiram se desviar de uma tempestade" muito forte que estava no caminho, indicou uma fonte ligada ao caso nesta quinta-feira.

Eles teriam ainda tomado a decisão correta ao evitar a zona perigosa, assim como os outros aviões que passavam por essa região no momento.

No início da semana, a Airbus chegou a anunciar às companhias aéreas em um AIT ("Accident information telex") que não havia "recomendação imediata a fazer às companhias" que operam o A330, com base nos primeiros elementos das caixas-pretas encontradas no fundo do Oceano Atlântico.

A Airbus também rejeitou qualquer "especulação" sobre as causas do acidente, mas fontes anônimas citadas pela imprensa já haviam concluído que a Airbus tinha sido autorizada a conceder informações.

"É impossível hoje tirar conclusões sobre esta ou aquela responsabilidade", considerou Pierre-Henri Gourgeon, diretor geral da Air France-KLM.

Gourgeon também ressaltou que o acidente teve, sem dúvida, causas múltiplas, em um caso complexo que envolve tanto a fabricante e as empresas que prestam serviço para ela, como a companhia aérea, os pilotos e as autoridades de aviação civil.

"Um acidente aéreo é sempre, sempre, sempre, a combinação de vários elementos, em que nenhum é a única causa, e então uma combinação improvável provocou o acidente", declarou à AFP Gourgeon.

san-jmi/dm

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