Imóveis da "nova Barra" terão valorização de 50% com Rio 2016, prevê mercado

Imóveis da "nova Barra" terão valorização de 50% com Rio 2016, prevê mercado

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

Uma "nova Barra" emerge na Zona Oeste do Rio, a reboque dos Jogos de 2016. A região vizinha ao Autódromo de Jacarepaguá vai sediar metade das competições e registrou aumento na procura por imóveis já no fim de semana seguinte à escolha da cidade como sede das Olimpíadas.

Com os projetos de novos estádios e instalações - aliados às promessas de melhoria de infraestrutura e transporte - a previsão do mercado é que os imóveis ali tenham uma valorização de até 50% acima da inflação, em cinco anos.

A estimativa é do presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi), Alexandre Fonseca. Segundo ele, a carência de terrenos na Zona Sul e a favelização presente em muitas áreas da Zona Norte fazem com que a região da Barra e de Jacarepaguá seja responsável hoje por 70% dos lançamentos imobiliários do Rio.

"O Rio é uma cidade bem populosa e geograficamente pequena. E o carioca gosta de morar perto da praia. Ali, com certeza, é hora de comprar para investir", diz Fonseca.

Barra ou Jacarepaguá?

A região que vai abrigar a vila olímpica e os centros de mídia e convivência dos Jogos, na verdade, está mais para Jacarepaguá, mas passou a ser chamada de Barra da Tijuca por corretores e empreendedores antes mesmo do Pan de 2007 para valorizar o metro quadrado local.

"É até uma controvérsia. A gente não sabe o que é ainda: Barra da Tijuca ou Jacarepaguá? Eu imagino que isso vai ter uma independência sim no futuro. Uma nova Barra, ou algum outro nome", conta o analista de sistemas Ricardo Alexandre Coelho de Andrade, de 34 anos, que mora na região com a família desde 2007.

Nascido e criado em Bangu, também na Zona Oeste, Ricardo enxergou ali uma oportunidade de morar num lugar com potencial de valorização e crescimento. Acertou em cheio: em dois anos, o valor de seu imóvel valorizou quase 35%, passando de R$ 156 mil para R$ 210 mil.

Mas nem tudo são flores: a carência de transporte público fez com que tivesse que comprar uma moto para ir trabalhar, além de matricular seu filho num bairro vizinho. Dos Jogos de 2016, ele espera não só a melhoria dessa infraestrutura, como um legado a ser usado pela população.

"O Maria Lenk (parque aquático erguido para o Pan) é até uma tristeza estar parado. Mas a gente espera, e a esperança nunca morre, que o legado seja reaproveitado no futuro, e mais ainda o legado de 2016, que vai ser muito maior", afirma.

Migração de outros bairros do Rio

Segundo Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi-RJ), há hoje uma migração de cariocas para a região, vindos principalmente da Tijuca, na Zona Norte, e Méier, no subúrbio, e até da Zona Sul, atraídos por condomínios com maior área de lazer.

"Ali existe o projeto de construção de um shopping tão grande como o Barrashopping (um dos maiores da Barra), além de condomínios comerciais. Há um grande potencial de investimento, de mudança na região, que já começou e tende a acelerar com a olimpíada", afirma.

Aumento na procura

A abundância de terrenos nessa "nova Barra" faz a diferença. Diversas construções transformam o local em um grande canteiro de obras, para felicidade dos corretores, que agora têm a ajuda dos Jogos para vender seu peixe.

"A nossa expectativa é que aumente mais de 50% a nossa venda", diz a corretora Vânia Santoro.

Já Milena Machado Viana, esposa de Ricardo, que apostou suas fichas ali muito antes do Comitê Olímpico Brasileiro pensar em eleger o Rio, vai assistir aos Jogos de camarote - ou quem sabe até ter algum lucro:

"Todo mundo diz: em 2016 estamos lá com vocês! Aí a gente brinca: ah não, vamos alugar".

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