Inflação já corrói renda do brasileiro

Inflação já corrói renda do brasileiro

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:50

A renda real dos trabalhadores brasileiros que se encontram empregados ficou em R$ 34,4 bilhões estimada em janeiro de 2011, valor 20,3% menor quando comparada com dezembro do ano passado, O resultado foi influenciado, principalmente, pelo crescimento da inflação, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).

No mês de fevereiro, o rendimento médio real dos trabalhadores ficou em R$ 1.540,30, o que representa uma queda de 0,5% na comparação com janeiro - mas uma alta de 3,7% frente a fevereiro do ano passado. No entanto, o gerente da pesquisa, Cimar Azeredo, afirma que apesar do crescimento dos valores quando analisados os dados anuais, a inflação gerada nos 12 meses correu o poder de compra do brasileiro. Mesmo assim, ele ressalta que a população não precisa ficar preocupada.

- Embora no mês [fevereiro] seja observada perda de rendimento por conta da inflação, o que a gente tem que sinalizar e chamar bastante a atenção, é  o crescimento da renda de 3,7% na comparação anual.

Segundo o IBGE, o maior salário médio do Brasil foi pago em São Paulo, que ficou em R$ 1.636,80, enquanto o menor foi registrado em Recife (R$ 1.051,70). Apenas no Rio de Janeiro o rendimento dos trabalhadores cresceu nos primeiros meses do ano (de R$ 1,634,01, em janeiro, para R$ 1.682).

- Esse aumento que acontece já é esperado, segue uma tendência. Quando o Carnaval cai em março prolonga os trabalhos temporários na capital fluminense e consequentemente, a renda.

Esse é um efeito doloroso das medidas do governo federal - como o aumento da taxa de juros - para conter a alta da inflação, que já está muito acima da meta (que tem como centro o valor de 4,5% e já se encontra em 6,1%). Dessa forma, apesar da conseqüência doer no bolso do brasileiro, o resoluções começam a mostrar efeito em fevereiro. O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15, a prévia do índice oficial de inflação), divulgado nesta quarta-feira (23), mostrou uma desaceleração em março, registrando um índice de 0,60%, taxa abaixo de 0,97% registrada em fevereiro.

Na última terça-feira (22), o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que a taxa de inflação vai se aproximar do centro da meta estabelecida pelo governo, 4,5%. Na soma dos dois primeiro meses do ano o IPCA chega a 1,57%, e no acumulado dos últimos 12 meses 6,1%.

Para IBGE, emprego está estável

A taxa de desemprego aumentou nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil, passando de 6,1% em janeiro para 6,4% em fevereiro. Um dos fatores que explica esse aumento é a dispensa de grande número de trabalhadores temporários na cidade de São Paulo, que representa 40% do total de trabalhadores dispensados, revela o IBGE. Apesar da alta, é o menor patamar para o mês da série histórica do IBGE iniciada em março de 2002.

Apesar disso, Cimar Azeredo ressalta que essa variação representa estabilidade no mercado de trabalho.

- A taxa de desemprego não cresceu, está estável. Essa variação é inválida estatisticamente. É significativo o aumento de 6% no contingente de desocupados, consequência dos temporários que foram dispensados e estão pressionando o mercado de trabalho. A população desocupada aumentou, mas houve também aumento da (população) ocupada.

A população desocupada (1,5 milhão de pessoas) cresceu 6% em relação a janeiro e caiu 12,4% frente a fevereiro do ano passado. A população ocupada (22,2 milhões) apresentou estabilidade em relação a janeiro e cresceu 2,4% na comparação com fevereiro do ano passado.

O relatório do IBGE aponta ainda que o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (10,7 milhões) cresceu 1,8% no mês e 6,9% no ano. O rendimento médio real dos trabalhadores (R$ 1.540,30) caiu 0,5% no mês e subiu 3,7% na comparação anual.

Segundo ele, enquanto a taxa de desemprego brasileira foi de 6,4% no Brasil em fevereiro deste ano, outros países divulgaram um patamar maior em seus índices para o mesmo período. É o caso do verificado em janeiro para Canadá (7,8%), Alemanha (7,9%) e Estados Unidos (9%).

O IBGE mede a situação do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre.

Mesmo com o recuo na população ocupada, o porcentual de empregados com carteira assinada no setor privado dentro população ocupada manteve trajetória crescente, subindo de 46% para 47,4% de fevereiro de 2010 para o mesmo mês deste ano, de cerca de 191 mil pessoas.

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