Mudança cambial deve reduzir distorção nas cotações

Mudança cambial deve reduzir distorção nas cotações

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:36

O Banco Central terá mais poder para reduzir a especulação dos bancos com o dólar a partir desta sexta-feira. Entra em vigor uma medida na área cambial anunciada em 2010, a mudança no cálculo da taxa média de câmbio.

Essa cotação serve de base para os contratos negociados na Bolsa e para operações entre bancos e grandes empresas, mas acaba por influenciar também o preço do dólar comercial e turismo.

Hoje, ela é calculada com base nos negócios entre bancos, que operam para puxar a taxa para cima ou para baixo de acordo com suas apostas no mercado.

É comum que o dólar tenha grandes oscilações no fim do mês, quando vencem os contratos na Bolsa.

Essa cotação, conhecida tecnicamente como Ptax, será calculada com base na opinião dos bancos sobre o valor de mercado do dólar no momento. O resultado final será a média de quatro consultas feitas no dia.

Se avaliar que há "divergência relevante" entre a informação dos bancos e a taxa de câmbio que o próprio BC utiliza para comprar e vender dólares, poderá desprezar a opinião das instituições e definir a cotação com base em seus cálculos.

A decisão de desconsiderar os negócios entre os bancos, como acontece hoje, é para evitar que as instituições façam negócios entre si, o chamado "Zé com Zé", para manipular a taxa.

A mudança foi anunciada em setembro de 2010, mas só começa a valer agora. Desde janeiro, os bancos já informam as cotações pelo novo sistema ao BC, apenas em caráter de teste.

Nesse período, as informações coletadas não divergiram muito das taxas de mercado e da própria Ptax como é calculada hoje. Nesse mercado, no entanto, uma pequena diferença na cotação pode representar volume significativo de recursos para um banco ou empresa.

Essa cotação só existe no mercado brasileiro. Seu uso em contratos ou negócios é uma escolha do setor privado, que tem nela uma referência importante, pois é a única calculada pelo BC.

O governo diz que a alteração não tem como objetivo segurar a queda do dólar, mas evitar distorções.

Analistas da área de câmbio veem a mudança como positiva. "Vai reduzir a manipulação. Hoje, poucas instituições operam para levar a taxa para cima ou para baixo, da forma como elas querem", diz Sidnei Nehme, da corretora de câmbio NGO.

O gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, afirma que esse movimento afeta todo o mercado de câmbio, pois serve de referência para grandes negócios e para o mercado futuro, que responde por 85% das operações.

Mario Battistel, da corretora Fair, diz que a mudança reduz, mas não tem o poder de acabar totalmente com a especulação cambial.

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