O partido Sinn Fein, que faz oposição ao governo da Irlanda, afirmou nesta terça-feira (23) ter finalizado uma proposta de moção de não confiança contra o primeiro-ministro Brian Cowen.
'Este Dail (Parlamento) deveria ter sido dissolvido pelo Taoiseach (primeiro-ministro) na noite passada. Brian Cowen não tem mais o apoio da maioria no Dail. Ele deveria agora levar a questão para avaliação e permitir o voto sobre a moção de não-confiança que foi apresentada por quatro deputados do Sinn Fein', assinalou o partido em um comunicado.
Cowen resistiu na véspera aos pedidos dos oposicionistas para antecipação de eleições e disse que só iria convocar um pleito no ano que vem, assim que o pacote de ajuda financeira da União Europeia e do FMI ao país for aprovado pelo Parlamento.
"É minha intenção, quando concluir o processo orçamentário com a promulgação da legislação no próximo ano, buscar a dissolução do Parlamento e permitir ao povo determinar quem ele quer que assuma a responsabilidade do governo no exigente período que temos pela frente", disse diante do Parlamento.
Cowen descartou pedir demissão já e convocar eleições antecipadas imediatamente, e disse que só fará isso provavelmente no início de 2011, depois que o Parlamento aprovar a implementação do pacote, que deve ser apresentado aos legisladores em dezembro.
As pressões oposicionistas ocorreram um dia depois de o governo de Cowen, do partido Fianna Fail, ter anunciado que o país vai pedir uma discutida ajuda financeira à União Europeia e ao FMI, por conta da grave crise econômica que atravessa.
Analistas acreditam que tanto o Fine Gael como os trabalhistas possam integrar um novo governo após as novas eleições.
Também na segunda-feira, o Partido Verde, sócio minoritário na coalizão de governo, já havia pedido eleições gerais antecipadas para janeiro de 2011. O pedido foi feito pelo presidente do partido, John Gormley, que também é ministro do Meio Ambiente. Ele afirmou que os cidadãos se sentem "enganados e traídos".
O governo do primeiro-ministro Brian Cowen dispõe atualmente de uma frágil maioria de três cadeiras na Câmara de Deputados, contando com seis representantes do Partido Verde.
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