Índice Big Mac mostra supervalorização do real

Índice Big Mac mostra supervalorização do real

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

O famoso índice Big Mac, que compara o preço do sanduíche em diversos países, constatou que o real está entre as moedas mais valorizadas do mundo em comparação com o dólar. Os números estão na nova edição da revista The Economist, que chega às bancas nesta quinta-feira (22). A publicação britânica lembra que, por causa da crise, muitos países desvalorizaram suas moedas para incentivar as exportações e encarecer os produtos importados, levando os consumidores a preferir as mercadorias nacionais. "A Ásia continua sendo o lugar mais barato do mundo para comer um hambúrguer", diz a reportagem. A recente decisão do governo chinês de flexibilizar o câmbio ainda não fez grande diferença. Um Big Mac custa US$ 1,95 na China contra US$ 3,73 nos Estados Unidos . Segunda a revista, "o índice índica que o câmbio correto seria de 3,54 iuanes por dólar e não os atuais 6,78. Em outras palavras, o iuane está desvalorizado em 48%".

O Brasil é um dos poucos países emergentes que têm câmbio sobrevalorizado. "Com taxa de juros de 10,75% ao ano, o Brasil tem atraído investidores ávidos por rendimentos", diz o texto. O índice Big Mac sugere que o real está supervalorizado em 31%, ou seja, o câmbio justo seria de R$ 2,33 por dólar. Na ponta do lápis, é mais caro comer um sanduíche aqui (US$ 4,91 ou R$ 8,71) do que nos Estados Unidos (US$ 3,73 ou R$ 6,60).

A sobrevalorização do euro frente ao dólar recuou de 29% em 2009 para 16% neste ano. Os investidores têm buscado segurança na Suíça, o que já causou uma apreciação de 68% na moeda local.

O índice Big Mac tem o objetivo de avaliar quão distante a taxa de câmbio está do seu valor justo. O cálculo é baseado na teoria da paridade do poder de compra, que argumenta que as taxas de câmbio de longo prazo tendem a se mover para equalizar o preço de uma cesta idêntica de produtos entre dois países. Nesse caso, a cesta tem um único item, o Big Mac.

"Os números precisam ser analisados com uma pitada de sal. Eles não são um indicador preciso dos movimentos das moedas", salienta a publicação britânica. Outro ponto importante é que a maior parte dos custos de um sanduíche depende dos insumos locais, tais como aluguel e salários, que tendem a ser menores nos países mais pobres. "As comparações são mais confiáveis entre os países com níveis semelhantes de renda."    

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