Ìndice do custo de vida da classe média continua em alta

Ìndice do custo de vida da classe média continua em alta

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

O Índice do Custo de Vida da Classe Média (ICVM) registrou elevação no mês de setembro de 0,23%, variação menor do que no mês passado, quando a alta foi de 0,64%. No acumulado dos últimos 12 meses a alta do ICVM chega a 4,36%. Já no período de janeiro a setembro deste ano, o aumento é de 3,13%. O indicador é elaborado pela Fecomercio em parceria com a OEB e analisa o custo de vida dos consumidores com renda entre 5 e 15 salários mínimos.

O índice é composto por sete itens: Habitação (peso de 32,4%), Transportes (peso de 18,2%), Alimentação (17,8%), Despesas Pessoais (peso de 12,2%), Saúde (peso de 8%), Educação (peso de 6%) e Vestuário (peso de 5,4%). A queda dos preços dos produtos de Alimentação marcou a variação menor do ICVM em setembro. O grupo é o único que apresentou queda nos preços no mês passado, de 0,41%.

A redução do resultado do grupo foi influenciada pela queda de 2,52% no subgrupo de semielaborados, como o arroz (-2,50%), o feijão (-4,66%), o frango (-3,68%) e o leite longa vida (-11,16%). Os subgrupos industrializados e hortifrutigranjeiros apresentaram variações de 0,07% e 0,12%, respectivamente. Os preços das refeições e dos lanches consumidos em restaurantes, lanchonetes e padarias subiram 0,66% no mês e totalizam 5,37% até setembro de 2009.

No grupo Vestuário, as novas peças da coleção primavera-verão chegaram às vitrines e prateleiras das lojas e elevaram, em média, 0,76% (ante 0,07% em agosto) os preços de roupas e calçados. As roupas femininas aumentaram 1,05%. Já as masculinas subiram 0,17%. As infantis tiveram alta de 0,31% e os calçados, 1,27% - destaque para os calçados femininos que subiram 2,37%.

O aumento do etanol de 5,22% em setembro foi o item que mais influenciou para a alta do grupo Transportes, que teve variação de 0,22%. A relação de preço entre álcool e gasolina nos postos de combustíveis paulistanos, que era de 52,54% em agosto, passou para 54,85% no mês passado. Para Gílson Garófalo, economista da Fecomercio, a tendência para o mês de outubro é que a diferença dentre os preços dos combustíveis se aproxime. A queda acumulada do etanol desde o início deste ano até setembro é de 2,27%. Os preços dos carros caíram 0,45% em média e o seguro voluntário de veículo aumentou 0,66%.

Os gastos com produtos e serviços do grupo Habitação apontaram alta de 0,44% ante o aumento de 1,59% em agosto, sendo influenciado pelo aumento da energia elétrica de 1,10%, do aluguel (33%), do gás de botijão (5,61%), de condomínio (0,41%) e de serviço doméstico (0,39%). Outros itens do grupo tiveram redução de preços, como artigos de limpeza (-0,47%), informática e telefonia (-0,42%), eletroeletrônicos (-0,31%), utilidades domésticas (-0,43%) e artigos de cama mesa e banho (-0,63%).

Saúde mais cara

Cuidar da saúde também ficou mais caro em setembro. O grupo Saúde teve aumento de 0,70% no mês. No acumulado do ano a elevação é de 5,77% e de 7,05% nos últimos 12 meses. Os planos de saúde subiram 0,93%, os serviços médicos e laboratoriais, 0,67%, os aparelhos corretivos, 0,86% (destaque para as lentes de óculos com 1,34%) e remédios e produtos farmacêuticos, 0,27%.

Já Despesas Pessoais tiveram alta de 0,17% em setembro. A elevação foi provocada pela alta dos serviços pessoais, de 0,43%, e das loterias, de 4,93%, devido ao valor da aposta mínima da mega-sena passar de R$1,75 para R$2,00. Dos itens que apresentaram queda, o destaque é para os pacotes turísticos, que continuam atrativos, com preços em média 1,63% menores. De janeiro a setembro, o item agrega variação de -6,94% ao grupo Despesas Pessoais, contudo a recuperação de preços deverá ocorrer até dezembro. Os preços dos artigos de higiene e beleza também caíram 0,35% em média.

O aumento da mensalidade e dos materiais escolares não foi suficiente para que o índice do grupo Educação acusasse modificação significativa. Desta forma, a variação mensal foi de 0,06%. No acumulado de 2009 a alta é de 6,86% e nos últimos 12 meses a alta é de 6,98%.

Nota Metodológica

O cálculo do ICVM parceria de cálculo OEB/Fecomercio válido para o município de São Paulo, tem a estrutura de ponde­ração baseada na Pesquisa de Orçamentos Familiares de 1998/1999, efetuada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE. A faixa de renda abrangida compreende o intervalo entre 5 e 15 salários mínimos paulista (base). A metodologia compara os preços médios do mês atual com os preços médios do mês imediatamente anterior. Portanto, é importante ressaltar o fato do ICVM não retratar a variação de preços do primeiro ao último dia do mês.

Sobre a Fecomercio

A Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Representa 152 sindicatos patronais, que abrangem cerca de 600 mil empresas> O setor comercial brasileiro corresponde a 11% do PIB e gera em torno de cinco milhões de empregos.

Sobre a OEB

A Ordem dos Economistas do Brasil - OEB, entidade civil cultural e de utilidade pública, criada em 1935, é a mais antiga representação dos economistas brasileiros. Voltada ao aprimoramento, atualização e prestígio da categoria profissional, promove cursos, palestras, workshops, sendo credenciada pelo Ministério da Educação para ministrar cursos de MBA "lato sensu". Contribui com as faculdades de economia na adequação de estruturas curriculares às necessidades regionais e coopera com as organizações privadas e governamentais em assuntos correlatos ao campo das ciências econômicas.

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