Pesquisa revela redução do custo de vida da classe média

Pesquisa revela redução do custo de vida da classe média

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:30

A queda dos preços de dois produtos com grande participação no mercado - Alimentação e Habitação - contribuiu para a redução no Índice do Custo de Vida da Classe Média (ICVM), elaborado em parceria pela Fecomercio e a Ordem dos Economistas do Brasil (OEB). O indicador, que abrange o intervalo de renda entre 5 e 15 salários mínimos, registrou em abril variação de 0,28%, menor que a verificada no mês anterior (0,40%) e em março de 2008 (0,46%). A variação acumulada nos últimos 12 meses recuou de 6,54% para 6,34%. No acumulado do primeiro quadrimestre deste ano, ficou em 1,50%.

Um dos grupos que puxou essa menor variação do índice foi Alimentação, registrando em média redução de -0,25% em seus preços, ante a elevação de 1,05% em março deste ano e 11,09% no acumulado de 12 meses terminados em abril. Segundo Gílson de Lima Garófalo, vice-presidente da OEB e economista da Fecomercio, o subgrupo que modificou este comportamento foi ''''Alimentos in natura'''', que passou de 6,25% em março para -0,76% em abril. "Importantes variações explicam esta queda, tais como laranja (-7,14%) e abacaxi (-14,32%), ocasionando redução de -2,86% no segmento das frutas", afirma Garófalo. Os preços dos legumes cederam -3,07% devido à redução dos preços do tomate (-2,80%), da cenoura (-6,51%) e do chuchu (-9,27%). As verduras apontaram diminuição de preços de -2,26%, motivada pelas baixas da alface (-7,20%) e da escarola (-4,18%).

Por outro lado, os preços dos tubérculos subiram 8,16% e os dos ovos 5,25%. O subgrupo Semielaborados apresentou variação de -0,46%, com a queda de -4,04% dos cereais, -0,76% das carnes bovinas e a elevação de 4,71% do leite longa vida. Os itens do subgrupo Industrializados, na média, indicaram estabilidade de preços, regisrando uma variação de apenas 0,06%.

Os preços dos produtos do grupo Habitação também apontaram queda de -0,10% ante a alta 0,24% no mês anterior. Os itens que mais influenciaram para este resultado foram Equipamentos eletroeletrônicos (-1,66%), Aparelhos de imagem e som (-1,21%) e Equipamentos de informática e telefonia (-1,21%).

Preços mais altos

Os produtos e serviços do grupo Saúde tiveram elevação média dos preços de 1,51% em abril e 0,23% em março deste ano. Segundo Garófalo, este acréscimo relevante na taxa de variação foi provocado pelos subgrupos "Planos de saúde e Remédios" e "Produtos farmacêuticos" com 0,71% e 4,16%, respectivamente.

O índice médio dos itens pertencentes a Despesas Pessoais saltou de 0,60% para 1,36% em abril. Para Garófalo, a principal razão deste movimento foi a elevação de 13,41% nos preços dos cigarros contribuindo com 0,1176 pontos porcentuais no ICVM. Outros produtos que incrementaram a variação deste grupo foram: passagens rodoviária e aérea (0,99%), refrigerante (0,86%) e cabeleireiro feminino (0,76%).

Os preços das peças de Vestuário aumentaram 0,39% (0,60% no mês anterior), sustentados por Roupa infantil (0,82%), Relógio, jóia e bijuteria (0,69%) e Calçados e acessórios de vestuário (0,53).

O setor de Transportes fechou o mês de abril com alta de 0,26%. Segundo Garófalo, pressões opostas vieram dos carros usados (0,69%) e dos combustíveis, com recuo de -5,34% do etanol e -0,41% da gasolina. O seguro voluntário de veículo participou com 0,0638 pontos porcentuais no índice geral em virtude de sua significativa taxa mensal que foi de 4,54%.

Garófalo salienta que a variação nula no mês de abril para o grupo Educação reafirma a estabilidade deste setor nos últimos três meses. "Material escolar teve elevação de 0,59%, os livros didáticos baixa de -0,05% e os preços dos cursos de idiomas e de informática foram reduzidos, em média, em -0,20%", conclui.

Nota Metodológica

O cálculo do ICVM feito em parceria OEB/Fecomercio válido para o município de São Paulo, tem a estrutura de ponde­ração baseada na Pesquisa de Orçamentos Familiares de 1998/1999, efetuada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas - FIPE. A faixa de renda abrangida compreende o intervalo entre 5 e 15 salários mínimos paulista (base). A metodologia compara os preços médios do mês atual com os preços médios do mês imediatamente anterior. Portanto, é importante ressaltar o fato do ICVM não retratar a variação de preços do primeiro ao último dia do mês.

Sobre a Fecomercio

A Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio e serviços. Representa 151 sindicatos patronais, que abrangem cerca de 600 mil empresas, um universo que corresponde a 10% do PIB brasileiro e gera em torno de cinco milhões de empregos.

Sobre a OEB

A Ordem dos Economistas do Brasil, entidade civil cultural e de utilidade pública, criada em 1935, é a mais antiga representação dos economistas brasileiros. Voltada ao aprimoramento, atualização e prestígio da categoria profissional, promove cursos, palestras, workshops, sendo credenciada pelo Ministério da Educação para ministrar cursos de MBA "lato sensu". Contribui com as faculdades de economia na adequação de estruturas curriculares às necessidades regionais e coopera com as organizações privadas e governamentais em assuntos correlatos ao campo das ciências econômicas.

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