Época de baixas temperaturas compromete alimentação do gado

Época de baixas temperaturas compromete alimentação do gado

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:38

Há seis anos o pecuarista Haroldo Martins, de Ourinhos, no centro-oeste paulista, decidiu parar de criar bois apenas em pastos e passou a se dedicar a produção de gado confinado para acelerar o processo de engorda dos animais.

“Hoje, por causa das baixas temperaturas e a falta de chuva, o ciclo do gado se torna mais rápido. Na hora que ele chega a propriedade ele passa por um semi-confinamento, que é uma fase de adaptação, e depois vai para o confinamento. A partir do nascimento demora de 25 a 28 meses. Em pasto levaria em torno de 36 meses”.

Com a queda nas temperaturas em períodos como o outono e o inverno, os pastos perdem qualidade e a alimentação do rebanho fica comprometida. Já com o confinamento, os animais recebem ração constantemente e não param de engordar. “No confinamento ele tem uma ração completa, balanceada com proteínas, mineiras energia, tudo o que eles precisam para engordar em tempo hábil e rápido”, explica Marcelo Leirião Consalter, veterinário.

Só que esse sistema tem um custo elevado. As despesas com alimentação e mão de obra podem representar em alguns casos até 50% do valor negociado na hora da venda do boi. Por isso, o confinamento é uma alternativa viável para fazendas que engorda pelo menos 1.500 animais por ano e lucra graças a alta rotatividade de produção.

“Os custos são altos, mas o retorno é rápido. Se não fosse pelo confinamento, não teria estrutura para rodar o que roda hoje em dia”, declara Márcio de Souza, adminstrador de fazenda.

Mato Grosso do Sul

O vento gelado que sopra em São Gabriel d'oeste, no norte do estado, castiga ainda mais a pastagem que já sofre com os efeitos do clima. Foram 58 dias sem chuva, entre abril e maio. O frio também chegou cedo, o município já registrou doze graus de temperatura. E o pasto seco, antes do inicio de julho, anuncia uma estiagem rigorosa.

"Esse vento seca mais, faz mais mal do que a falta da água. Ele seca muito o capim, a terra resseca e a proteína vai embora", diz Rezala Elias Junior, pecuarista.

O pecuarista Rezala Junior já vendeu o primeiro lote de animais. Para manter 1.300 cabeças de gado, na propriedade de mil hectares, ele precisou liberar espaço. Na propriedade foi adotado um sistema de rotação para manter alimento do rebanho durante a seca.

A fazenda foi dividida em invernadas de quinze hectares, a cada quatro meses uma delas descansa por pelo menos 30 dias. Na chuva, é tempo suficiente para que o capim rebrote e cresça novamente. Na seca, vai servir de alimento para o rebanho durante toda entressafra.

A expectativa é que as pastagens alcancem o ponto crítico, em Mato Grosso do Sul, na primeira quinzena de agosto.

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