Taiff desbanca os chineses no mercado de chapinha e secador

Taiff desbanca os chineses no mercado de chapinha e secador

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:13

Não é nenhuma novidade que produtos “made in China” invadiram o Brasil e incomodam empresas nacionais por serem ofertados com preços bem mais baixos que a média. Mas, mesmo diante do fantasma asiático, existe quem consiga se destacar e desbancar a concorrência chinesa. A Taiff, maior indústria de secador e chapinhas do Brasil, do grupo Ikesaki, é um desses casos. Atuando em um dos setores que mais enfrentam a concorrência chinesa, o de eletroportáteis, a companhia na última década cresceu a uma taxa de 20% ao ano e conquistou a liderança em seu segmento no País.

A empresa é a única do setor que tem seus produtos 100% fabricados no Brasil: ela detém metade do mercado de secadores e um terço do de chapinhas no País. “Não temos os preços mais vantajosos do mercado, mas estamos sempre trazendo novidades e lançando produtos com algum diferencial. Até dezembro serão dez lançamentos”, disse Cesar Tsukuda, diretor comercial da Taiff.

A empresa surgiu na década de 80 na capital paulista e tinha como proposta inicial desenvolver produtos elétricos destinados a profissionais da área de beleza. A grande surpresa da companhia ao longo de mais de 20 anos de atuação foi conquistar também um público que consome seus produtos para uso doméstico. Hoje, as vendas da companhia são bem equilibradas e atingem as duas categorias de consumidores na mesma proporção.

Segundo Elaine Brito, professora do programa de administração do varejo da Fundação Instituto de Administração (FIA), a escolha dos profissionais por um determinado produto acaba influenciando também o cliente. “Se a mulher faz uma escova com o secador de uma marca específica e vê que o resultado ficou bom, ela compra o mesmo produto, independentemente do preço”, diz.

Estereótipo nórdico

As vendas de chapinhas e secadores também são bem equilibradas na companhia. Mas o mercado de chapinha nos últimos anos tem crescido a um ritmo bem mais acelerado. Hoje, o nicho na companhia já é três vezes maior que o de secador, muito em virtude do fato de o Brasil é um dois países que mais consomem o produto no mundo. “A mulher brasileira é muito vaidosa e adotou como estereótipo o padrão nórdico de beleza, no qual as pessoas são loiras, têm olhos claros e cabelos lisos. Por isso, as chapinhas são um sucesso”, disse Elaine.

Mas o aumento do consumo da chapinha não está ligado apenas a um fator de comportamental. O crescimento do poder de consumo da classe C também favoreceu o setor. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o índice de penetração de chapinhas e secadores é de mais de 30% nos lares brasileiros. Há dez anos, o índice era de 20%.

Made in China

A Arno, que pertence ao grupo francês SEB, também aposta no segmento de chapinhas e secadores para crescer no mercado brasileiro. A companhia não fabrica os produtos no País e importa de umas das filiais da SEB na China os produtos vendidos aqui.

Segundo Ângelo Di Fraia, gerente de marketing da Arno, a linha de cuidados para cabelos é um segmento bem estratégico para a companhia e o Brasil é um dos principais mercados desse setor. “É um segmento que tem potencial para crescer ainda mais no País e estamos aumentando nossa participação”, disse Fraia, que não quis revelar a participação de mercado da Arno no mercado brasileiro de secador e chapinhas.

Na comparação de preço, a Taiff e a Arno mantêm praticamente o mesmo patamar de valores. Em um dos principais sites de vendas online do Brasil, o secador mais barato da Taiff é vendido por R$ 199,99, enquanto o da Arno é ofertado por R$ 179. Já as chapinhas mais em conta das duas marcas mantêm o preço de R$ 79,99. A diferença acaba sendo o país de origem dos produtos: um é nacional e o outro, chinês.

Entre os meses de janeiro e julho deste ano, quase dois milhões de unidades de secadores e chapinhas entraram no País diretamente da China, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O volume é 40% maior na comparação com o mesmo período de 2009, quando entraram aproximadamente 1,1 milhão de secadores e chapinhas no País.

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