Volks bate recorde de vendas em junho e busca crescer mais

No próximo sábado, 4 de julho, os funcionários da Volkswagen irão a São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, para mais um dia de horas extras. Após a notícia de que o setor automotivo brasileiro bateu todos os recordes no mês passado - sendo que a Volks cresceu 38% na comparação com junho de 2008 - o momento pede um ritmo maior, transformando em um passado distante o último mês de 2008, quando os pátios de montadoras não tinham mais espaço para comportar veículos encalhados.

A virada da indústria automobilística surpreendeu o mercado, principalmente no dia 30 de junho, quando foram emplacados 23 mil veículos em um único dia. No mês, foram ao todo cerca de 290 mil veículos emplacados (tirando caminhões e ônibus), número que será divulgado oficialmente hoje pela Fenabrave (federação das concessionárias). O recorde anterior estava registrado em julho de 2008, melhor ano para o setor, com 272 mil unidades.

No primeiro semestre, o crescimento da indústria foi de aproximadamente 4%. Mais um motivo que a montadora alemã está comemorando. A companhia vendeu na primeira metade do ano 326 mil veículos leves, anotando um crescimento de 12,6% na comparação com o mesmo período do ano passado. Levando em conta apenas os carros, o crescimento anotado no período foi de 15,1%. Já a produção no semestre pela empresa também cresceu e chegou a 378 mil veículos - 318 mil destinados ao mercado doméstico - cerca de 3 mil unidades a mais na comparação com 2008.

"Na nossa opinião esse crescimento é sustentável. A matriz acompanha nossos números todos os dias. Ninguém reclamou", brincou o presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall. Segundo o executivo, a missão do setor automotivo é manter, no ano, um crescimento de 3%, mas ele espera mais para o fechamento do ano na Volks, que, se confirmar o desempenho positivo, fechará seu terceiro ano consecutivo com crescimento em sua subsidiária brasileira.

As contratações também já começaram. No primeiro trimestre a montadora empregou 500 temporários, todos já efetivados. Nas últimas semanas foram mais 250 - 200 em São Bernardo e o restante em Taubaté. "Ainda há potencial para que sejam mais", afirmou Schmall, que salientou a importância da flexibilização diante de "momentos mais difíceis" e que tentará buscar pessoas dispensadas em outras montadoras para futuras contratações. No total, a companhia emprega hoje no país 22 mil pessoas. A montadora está trabalhando para a maioria dos modelos em dois turnos. Já as linhas do Gol, Voyage e Fox estão operando em três.

Segundo o presidente da Volkswagen do Brasil, os estoques baixos continuarão sendo estratégicos. "Queremos trabalhar com um estoque de 8% a 10% mais baixo do que o nível ideal", afirmou o executivo. "Um estoque menor é melhor para reagir ao mercado", concluiu.

Para o segundo semestre, os resultados - que somarão a melhora do financiamento e a prorrogação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) até o final de setembro e seu aumento gradual até o final do ano - devem continuar positivos. "A redução do IPI salvou em torno de quatro mil empregos na Volks", disse Thomas Schmall. A Volkswagen, até o fim do ano, terá ainda outros nove lançamentos no mercado brasileiro.

"Nós podemos mostrar para a matriz um crescimento sustentável", afirmou Schmall, que ainda arriscou que a empresa também apresentará crescimento no próximo ano.

Sobre a liderança no mercado brasileiro, que nos últimos meses tem sido disputada com a Fiat, Schmall afirmou que em carro, a Volkswagen ficou, no semestre, com 11 mil carros à frente do que a montadora italiana. Em comerciais leves, a Fiat continua à frente do ranking.

O presidente da Volkswagen do Brasil anunciou que a empresa está estruturando um Plano de Demissão Voluntária (PDV) "a longo prazo" para áreas indiretas. "Isso faz parte de metas e de nossa competitividade", disse.