Informações falsas ou exageradas nos currículos são prejudiciais tanto para o candidato

Mentiras comuns em currículos e como elas são descobertas

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:12

Informações falsas ou exageradas nos currículos são prejudiciais tanto para o candidato, que acaba sendo desmascarado e eliminado da seleção, como para as empresas, pois tornam os processos seletivos mais demorados e mais caros. Recrutadores ouvidos pelo G1dizem é possível detectar as mentiras na entrevista ou no momento de checar as informações com as referências apresentadas pelo candidato.

O hábito de maquiar qualificações para conseguir uma colocação no mercado de trabalho pode custar até mesmo cargos de alto escalão, como ocorreu no grupo americano Yahoo. No último domingo (13), a empresa comunicou a saída do diretor geral Scott Thompson, após ele ter sido acusado por um dos principais acionistas do grupo de ter incluindo entre as informações um falso diploma em ciências da computação.

“Já aconteceu de buscarmos um profissional com inglês fluente e na hora que ele precisou fazer uma entrevista no idioma por telefone com alguém da matriz da empresa não conseguiu se comunicar minimamente. Isso é constrangedor tanto para o entrevistador quanto para o próprio candidato”, afirma Renato Grinberg, diretor-geral da Trabalhando.com e autor do livro “A estratégia do olho de tigre”.


Segundo ele, mentir pode trazer problemas graves para o entrevistado. “Em alguns casos um recrutador pode aprovar um candidato que não tenha todas as qualificações exigidas para a vaga com a ideia de que ele possa desenvolver tal habilidade. Porém, se descobrir uma mentira, esse candidato será não só eliminado do processo seletivo em questão, mas de qualquer outro processo daquela empresa”, explica.


De acordo com pesquisa realizada pela Trabalhando.com, as mentiras que os candidatos mais contam se referem aos seguintes assuntos, em ordem decrescente de importância: formação acadêmica, fluência em idioma estrangeiro, falsa experiência na área em que deseja atuar, acréscimo de atribuições no cargo anterior, últimos cargos supervalorizados, salário anterior, maior tempo de permanência na antiga empresa, curso de informática, participação inexistente em trabalhos voluntários, garantia de mobilidade e flexibilidade, estado civil e idade.

Outra pesquisa, realizada pela empresa de recrutamento especializado Robert Half, revela que para 42% dos executivos responsáveis por recrutamentos, os candidatos exageram nas informações do currículo. As experiências profissionais atuais e anteriores apresentam o maior índice de exagero nas informações (48%). Os outros pontos nos quais os candidatos mais exageram são o conhecimento de línguas (46%) e as razões de deixar o trabalho atual/antigo (42%). Ao mesmo tempo, o levantamento mostra que o primeiro ponto de atenção dos executivos ao receber um currículo recai sobre a experiência profissional (36%), seguido das qualificações profissionais (29%).


Selo de autenticidade
De olho no “mercado de informações falsas em currículos”, uma empresa criou um selo de autenticidade. A empresa de recursos humanos Currículo Autêntico, especializada em auditorias de títulos e competências de currículos, utiliza uma ferramenta de apuração para verificar se as informações fornecidas são verdadeiras. Por enquanto, o serviço é oferecido apenas a candidatos interessados em obter o selo de autenticidade para seus currículos.

Eles se cadastram no site, submetem o currículo ao processo de auditoria, disponibilizam os documentos que comprovam os títulos, indicam os nomes e telefones que chancelam as competências. Mas o serviço é pago: R$ 99 pela autenticação, válida por um ano. Por cada atualização durante este ano, o candidato paga R$ 12,90. Os sociofundadores são filiados à Associação Brasileira de Recursos Humanos, seccional do Rio de Janeiro.
“De cada dez currículos que chegam às empresas, quatro têm informações supervalorizadas e outros dois têm dados falsos. Se um currículo é autêntico tem prioridade e economiza tempo e dinheiro às empresas”, diz o sociofundador Leonardo Rebitte. A empresa pretende futuramente oferecer o serviço para as empresas, auditando os currículos recebidos.



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