Pesquisa da Trabalhando.com mais de 800 pessoas mostra que 56% dos profissionais que já saíram ou foram demitidos da empresa em que trabalhavam acabaram retornando. Para 42%, o motivo foi convite para voltar e 14% por terem se arrependido de sair. Dos 44% restantes, 37% nunca pediram ou foram convidados a voltar e 7% até tentaram retornar, mas não foram aceitos.
Para o diretor-geral da Trabalhando.com e autor do livro "A estratégia do olho de tigre" (Editora Gente), Renato Grinberg, os números demonstram dois pontos: o primeiro é por parte das empresas, que, com o apagão da mão de obra, profissionais muito capacitados estão em escassez; o segundo é pelo mercado de trabalho aquecido - o profissional se precipita ao tomar uma decisão e se arrepende.
“Muitas vezes o profissional toma a decisão de deixar a empresa com a ilusão de que tudo será melhor na outra empresa, mas com o passar do tempo acaba descobrindo que não existe lugar perfeito. Por outro lado, algumas empresas demitem seus funcionários para contratar profissionais que custam menos e voltam atrás nessa decisão por não conseguirem encontrar outro tão capacitado. Muitas vezes, o barato sai caro”, afirma.
Para os que estão pensando em deixar o atual emprego ou voltar ao antigo, Grinberg indica à pessoa que está infeliz com o trabalho que analise bem o que tem causado esse aborrecimento, pois o motivo pode estar na vida pessoal e não na profissional. Ele recomenda ainda estudar o mercado. "É essencial ver se as vagas disponíveis oferecem realmente melhores condições de trabalho que o atual emprego", afirma.
Grinberg considera que se decidir voltar ao antigo emprego é fundamental avaliar os pontos positivos e negativos. "Lembrar o que mais incomodava é muito importante, os problemas podem estar no mesmo lugar no qual você os deixou."
Outro ponto importante apontado por Grinberg e válido para os dois casos é refletir sobre o que causa a infelicidade - pode ser que a culpa não seja da empresa ou do emprego, mas sim da natureza, da área ou indústria em que está trabalhando. "Talvez o momento seja para refletir se não é hora de fazer uma mudança mais radical, não de empresa, mas sim de carreira", finaliza.
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