Após 100 anos, Timão ainda luta para realizar sonhos: estádio e Libertadores

Após 100 anos, Timão ainda luta para realizar sonhos: estádio e Libertadores

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:15

O centésimo aniversário chegou, mas a torcida do Corinthians apagará as velas do bolo de aniversário ainda com dois grandes desejos em mente: a casa própria e o tão sonhado título da Libertadores. Enquanto a taça sul-americana só poderá vir em 2011, a diretoria do Timão promete para as próximas semanas o anúncio oficial do estádio alvinegro, deixando para trás uma série de fracassos em projetos que não saíram do papel. Como o próprio presidente Andrés Sanches já comentou, “maquetes não faltam no Parque São Jorge”. A intenção de construir um estádio começou na década de 60, impulsionadaq pela ambição do rival São Paulo em levantar o Morumbi. O Timão, porém, nunca conseguiu fazer com que as ideias se transformassem em realidade. Os motivos pelos erros foram os mais variados.

O primeiro projeto surgiu em 1968, na administração de Wadih Helu. O estádio, com um desenho futurista, teria 133.500 lugares e seria levantado no Parque São Jorge, criando mais opções de lazer para os associados. Para tocar a obra e arrecadar dinheiro, a direção criou um carnê, mas não deu certo. Poucos torcedores aderiram e o clube desistiu da construção depois que o presidente perdeu a eleição para Miguel Martinez.

Foi com o folclórico Vicente Matheus que o sonho reapareceu. A paixão do dirigente em determinados momentos atrapalhou. Em 75, o mandatário apareceu com um projeto para 120 mil pessoas, também no Parque São Jorge. Pouco tempo depois, em 80, o abandonou em nome de uma outra ideia, em Itaquera, para nada menos que 200 mil torcedores.

O desejo do dirigente era construir o maior estádio do planeta, superando o Maracanã. Mas vários problemas emperraram o início. A começar pelo local. O presidente sonhava com um terreno no bairro de Aricanduva. Entretanto, recebeu da prefeitura um espaço em Itaquera, onde atualmente está localizado o centro de treinamentos das categorias de base. Rico e popular, o dirigente fez pressão sobre o poder público, mas desistiu da nova casa em 1983 sob a alegação de que o governo municipal não urbanizou o local como prometeu O estádio voltou a ser assunto na era Alberto Dualib. Em 1997, o presidente liderou um plano para 45 mil lugares, construído na Rodovias dos Bandeirantes ou Ayrton Senna. Na ocasião, o Timão contava com os milhões investidos pelo Banco Excel Econômico. Porém, novamente, não saiu do papel. A Dersa (Desenvolvimento Rodoviário) vetou a obra por temer problemas no fluxo de veículos. Para piorar, o banco foi vendido a um grupo espanhol, que cancelou qualquer investimento no futebol.

Dualib seguiu apostando tudo em parcerias. Em 1999, já atuando em conjunto com o fundo americano Hicks Muse, o presidente fez o lançamento para uma obra na rodovia Raposo Tavares. O grupo, que também gastou horrores na contratação de reforços, chegou a comprar o terreno, mas acabou desistindo depois que o acordo foi rompido. Em 2002, o mesmo Dualib queria ampliar o Parque São Jorge para 30 mil lugares, passando a receber jogos outra vez. Ele contava com o empréstimo de R$ 10 milhões da Federação Paulista de Futebol, o que nunca aconteceu.

Depois de tantos fracassos, Andrés Sanches promete acabar com a angústia alvinegra. O presidente acredita que, em pouco tempo, conseguirá anunciar a construção do estádio. Até agora, a diretoria tem em mãos tem propostas: uma em Guarulhos, na região do Parque Ecológico do Tietê, e duas em Itaquera, onde está o CT.

Problemas políticos, contudo, podem atrapalhar novamente. Andrés quer a construção em Itaquera. Já o diretor de marketing Luiz Paulo Rosenberg era favorável ao arrendamento do Pacaembu, mas foi vencido e tem agora uma oferta para a Zona Leste (a outra é da Tessler Engenharia). Ambos lutam contra a obra em Guarulhos, encabeçada pelo conselheiro oposicionista Edgard Soares e financiada pelos bancos Bradesco e Banif. Enquanto isso, o clube espera inaugurar em até um mês o novo centro de treinamentos do Parque Ecológico do Tietê.

- O estádio está muito mais próximo do que o torcedor sonhava e todo mundo pensava. Temos três projetos. Até o dia 5, ou 10 de setembro, vai ser anunciado aquele que for mais barato e estiver dentro do padrão Fifa – disse Andrés.

Libertadores: o grande objeto de desejo

Enquanto o estádio pode pintar ainda em 2010, o corintiano terá de aguardar, pelo menos, até 2011 para voltar a sonhar com a conquista da Taça Libertadores. A meta de vencer o torneio no ano do centenário não foi cumprida, mas a Fiel anda esperançosa com a boa campanha no Campeonato Brasileiro e a provável vaga na próxima edição O Corinthians apostou alto para sair da fila. No fim de 2009, a diretoria gastou cerca de R$ 36 milhões na contratação de reforços renomados, como o lateral-esquerdo Roberto Carlos, os meias Danilo e Tcheco e o atacante Iarley. Mas, dentro de campo, o desempenho não foi o esperado. O Timão acabou eliminado logo nas oitavas de final pelo Flamengo.

- A gente não tem que se envergonhar daquilo que fez. Tem que ficar triste, mas faz parte e o futebol é assim mesmo. O Corinthians é um grupo, fez um planejamento. Quando as coisas dão certo, merecemos os elogios, mas quando elas dão errado, merecemos críticas – disse na ocasião o técnico Mano Menezes.

Apesar de a torcida não ter protestado, como aconteceu no quebra-quebra do Pacaembu em 2006, contra o River Plate-ARG, a Libertadores continua sendo a grande obsessão dos alvinegros. O título é o único que falta na galeria do clube e ainda serve como motivo para provocações dos rivais São Paulo, Palmeiras e Santos. O Timão, porém, nunca levou sorte na competição. O melhor desempenho aconteceu em 2000, quando foi eliminado pelo Verdão. Além disso, caiu duas vezes nas quartas de final (96 e 99) e não passou da segunda fase em quatro oportunidades (91, 2003, 2006 e 2010). Em 77, na primeira participação, disse adeus na fase de classificação.

Para 2011, a diretoria aposta no planejamento. A intenção é mexer pouco no elenco, exceto em casos de propostas irrecusáveis do exterior, o que ainda não aconteceu. A incógnita é Ronaldo. O Fenômeno ainda não confirmou se continuará jogando na próxima temporada. A classificação para a Libertadores, porém, é a motivação que ele precisa para esticar a carreira por mais alguns meses.

O centenário do Corinthians só termina em setembro de 2011. Até lá, temos outra Libertadores – projetou o craque.

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