Após pequeno milagre, Inter de Milão segue como oásis italiano na Europa

Após pequeno milagre, Inter de Milão segue como oásis italiano na Europa

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:51

Tal como 2010, a história se repete. Após um pequeno milagre que culminou na épica classificação às quartas de final da Liga dos Campeões, o Inter de Milão segue como representante único da Itália na Europa e com boas chances de avançar à semifinal depois de o sorteio apontar um turbulento Schalke em seu caminho. Mas o duelo com os alemães vai muito além de duas partidas pela principal competição do continente.

Exemplo e ícone nos anos 90, o Campeonato Italiano perdeu grande parte de sua força a partir do fim da última década. Não é de se espantar que no mesmo período o gigante Juventus tenha vivido a maior crise de sua história, envolvendo-se em escândalos de arbitragem e até rebaixamento à Segunda Divisão como punição. Apesar de liderar a atual edição, o Milan também viveu à sombra do rival nos últimos anos.     Briga pelo coeficiente

A não-contribuição de dois dos três maiores campeões europeus no país, além de campanhas pífias de outros representantes, seja na Champions ou na Liga Europa, colocou a Itália em quarto lugar no ranking de coeficiente da Uefa . Ou seja: se já havia perdido para a Alemanha o direito de ter quatro vagas para a Liga dos Campeões na temporada 2011/2012, o mesmo se confirmou também para 2012/2013 graças às as eliminações precoces de Milan, Roma, Napoli, Palermo, Sampdoria e Juventus.

Com uma rápida análise no ranking já é possível perceber que o futuro ainda parece irremediável. A entidade leva em conta somente a pontuação das últimas cinco temporadas, e está prestes a descartar 2006/2007, quando justamente o Milan sagrou-se campeão pela última vez. Com 60.552 pontos no momento, a Itália está mais próxima da quinta colocada (França, com 53.678) do que da terceira (Alemanha, com 68.603). Serão apenas três italianos nas competições de 2012/2013 e 2013/2014, e esse período deve se estender caso não ocorram drásticas mudanças.     Somente em 2010/2011, os alemães ainda abriram diferença considerável (14.833 a 11.571), o que torna quase uma obrigação para os italianos irem além na Liga dos Campeões. Definitivamente, a andorinha comandada hoje pelo brasileiro Leonardo não faz verão suficiente para acobertar os rigorosos invernos dos rivais.

– A força é concentrada em um time só, e que não tem nada de italiano, diga-se de passagem. O Inter faz sucesso justamente por não ser italiano no momento. É um time globalizado, internacional, que foi buscar suas estrelas ao redor do mundo. Não à toa os últimos três treinadores foram Mourinho (português), Benítez (espanhol) e agora o Leonardo – disse o comentarista Lédio Carmona, do SporTV.

A crise em campo é reflexo dos muitos problemas pelos quais o país vive nas esferas financeira e política. Contratar grandes jogadores no mercado externo é raridade e, em casos de Ibrahimovic, Robinho e Adriano, por exemplo, todos estavam desvalorizados quando assinaram.

– A Itália ganha pouco porque se acomodou, estagnou com a tradição, estádios velhos e anacrônicos, escândalos no campeonato, horários estranhos, estrelas indo embora... Tudo isso vai minando o campeonato. Os clubes fazem pose do “antigo rico”. A Itália hoje tem algum dinheiro, mas os jogadores querem muito. E no topo da pirâmide da Europa, só o Inter está no primeiro escalão. O Milan hoje é segundo, está entre os grandes com uma certa boa vontade. O Juventus está no terceiro, paga mico atrás de mico. É como se tivesse passado um tsunami no futebol italiano – afirmou Lédio.

A seleção não passa por fase tão distinta. O auge do descaso com a renovação do grupo tetracampeão pôde ser visto na última Copa do Mundo, quando a Azzurra foi eliminada na primeira fase para a Eslováquia. Cesare Prandelli substituiu Marcelo Lippi e tratou de iniciar uma nova era, ainda sem resultados convincentes.     No atual campeonato, até o Internazionale teve seus dias difíceis com o sempre contestado Rafael Benítez, demitido dias depois de ter sido campeão mundial nos Emirados Árabes. Mas reassumiu sua condição de melhor time italiano e já é apontado como favorito para o clássico contra o líder Milan, nos primeiros dias de abril, que provavelmente decidirá o rumo da competição.

– Acho ótimo o campeonato, mas se comparamos com Inglaterra, Espanha e até Alemanha é a quarta força. A Copa do Mundo provou isso. Por um bom tempo vamos ter o Inter mandando na Itália – encerrou Lédio.        

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