Após 'pior lesão da carreira', Leandro Euzébio tenta reconquistar espaço

Após 'pior lesão da carreira', Leandro Euzébio tenta reconquistar espaço

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:43

O corte e a dor. Assim que desarmou o atacante do Boavista e mandou a bola para escanteio, Leandro Euzébio se levantou. Mas logo sentiu que não tinha forças para ficar de pé. A dor foi logo diagnosticada pelo jogador: menisco, problema semelhante ao que o próprio já tinha sofrido em 2006, quando defendia o Náutico. Dessa vez, porém, os 20 dias fora dos gramados daquela ocasião se transformaram em quase dois meses. Ainda assim, a recuperação do zagueiro após a artroscopia no joelho direito se deu antes do previsto pelo departamento médico do Fluminense e ele estará à disposição do técnico interino Enderson Moreira para a estreia da equipe no Campeonato Brasileiro, no próximo dia 22, contra o São Paulo, às 18h30 (de Brasília), em São Januário. Mesmo que ainda não se considere 100% fisicamente.

- Não vou mentir. 100% eu não estou. Fiquei muito tempo parado e ainda evito algumas divididas nos treinamentos. Outro dia até brincaram comigo falando que meu joelho estava bom quando dividi uma bola com o Rafael Moura. Quero voltar a jogar, mas tenho consciência de que não é bom apressar as coisas. Foi a pior lesão da minha carreira.  Afetou o menisco e ainda fiz uma raspagem da cartilagem. Se eu não me cuidar direito, posso ficar mais 3 ou 4 meses parado. Enfrentarei o São Paulo se realmente tiver condições de jogar no dia. Acho que o receio mais é psicológico mesmo - explicou o jogador.

Leandro Euzébio ainda não se diz 100%, mas não vê a hora de vestir a camisa do Fluminense e entrar em campo outra vez (Foto: André Durão / GLOBOESPORTE.COM)  

Contratado no início de 2010, Leandro Euzébio voltou para o clube em que iniciou sua carreira. De quebra, realizou o sonho do pai, já falecido, que sequer o viu jogar pelo Tricolor durante a passagem pelos juniores. O primeiro ano logo mostrou que a decisão foi acertada. Após 26 anos de espera, o zagueiro ajudou o Fluminense a conquistar o tricampeonato brasileiro. Acabou eleito o terceiro melhor zagueiro pela esquerda da competição. E formou, ao lado de Gum, a defesa menos vazada da competição, com 36 gols sofridos em 38 jogos disputados (média de 0,94 por partida).

Ao todo, já foram 64 jogos com a camisa Tricolor e sete gols marcados. A responsabilidade de defender o título e o posto de melhor defesa são encarados pelo jogador como uma responsabilidade a mais. Leandro, no entanto, sabe que o seu desempenho em 2010 não será suficiente para lhe garantir um retorno tranquilo ao time titular. Durante sua ausência, o volante Edinho foi improvisado na defesa e se destacou com boas atuações na Libertadores.

Vibrando em cima da trave após a conquista do título brasileiro de 2010, no Engenhão: terceiro melhor zagueiro pela esquerda da competição (Foto: Fabio Castro / Agência Estadio)

  - Sei que preciso buscar meu espaço. Sempre elogiei o Edinho e todos os meus outros companheiros de defesa. Vai ser uma briga boa. Não sai por deficiência técnica, e sim por lesão. Mas vou trabalhar e treinar para alcançar meus objetivos. Não vai ser fácil chegar o bicampeonato. É como o Muricy costumava dizer. Agora, todos os adversários querem derrotar o atual campeão brasileiro - garantiu.

Intercalando a expectativa pela chegada do técnico Abel Braga, considerado pelo jogador uma inspiração por tudo que já ganhou em sua carreira, e a ansiedade pelo retorno aos gramados, Leandro Euzébio mantém seu jeito tranquilo que parece ter conquistado a todos nas Laranjeiras. Depois de quase dois meses de torcedor, o zagueiro não vê a hora de poder ajudar novamente dentro de campo. Durante as retas finais do Carioca e da Libertadores, ele chegou até a não acompanhar algumas partidas para não ficar nervoso. Quando parava em frente à televisão, virava o terror dos vizinhos com gritos a cada gol do Fluminense.

A força extra para superar o momento mais complicado da carreira, como o próprio define, veio de dentro de casa. Descrito por si mesmo como um cara família, Euzébio fez das visitas à Cabo Frio, sua cidade natal, a motivação que precisava para voltar a sorrir. A avó, Dona Otília Pereira, de 103 anos, é sua fã número 1. E os amigos também não o deixaram na mão. Mas agora, espera que o apoio venha de um lugar ainda mais especial: a arquibancada cheia de torcedores do Fluminense.

- Três dias após a operação, eu estava em casa dormindo e até tomei um susto quando acordei. Tinham mais de 25 pessoas no meu apartamento. E olha que ele não é muito grande (risos). Quando a família e os amigos vêm, é para ficar. Isso me deixou muito feliz. Vemos vários jogadores que não podem receber esse carinho da família por causa da distância e me sinto um privilegiado. Sempre que sobra um tempinho, procuro ficar com eles. Isso me deu ainda mais forças para voltar antes do previsto - finalizou.

Leandro e a avó Otília: apoio da família foi fundamental (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)          

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