Barueri vê Jobson como 'bomba-relógio', mas espera poder contratá-lo

Barueri vê Jobson como 'bomba-relógio', mas espera poder contratá-lo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:29

Apesar da coleção de problemas, não faltam oportunidades a Jobson. Mal o Bahia fechou sua porta , diversas janelas se abriram para o atacante recentemente dispensado do Tricolor por indisciplina. Em consulta ao departamento de registros da CBF, representantes do jogador constataram que é possível que ele defenda qualquer clube das Séries B, C e D na atual temporada. Isso porque o empréstimo do Botafogo para o Atlético-MG foi feito antes do início oficial da temporada administrativa da entidade, o que caracterizaria um registro executado ainda em 2010. Dessa forma, não extrapolaria o limite de duas transferências interestaduais num mesmo ano.     Estevam Soares passou os últimos dias atento a essa movimentação burocrática. Não apenas pelo carinho que sente por Jobson, mas também pelo desejo de trabalhar novamente com ele. E o treinador do Barueri teria motivos para evitar que isso acontecesse. Afinal, no fim de 2009, comandava o time do Botafogo que teve a estrutura abalada com a notícia de que o jogador em duas oportunidades foi flagrado no exame antidoping por uso de cocaína. Suspenso por dois anos em primeira instância, ele teve a pena reduzida para seis meses. Mas a sentença foi contestada pela Agência Mundial Antidoping (Wada), e o veredicto final será dado pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) no dia 5 de setembro.     Até lá, Estevam Soares quer ver Jobson com a camisa do Barueri, atualmente no 15º lugar da Série B do Campeonato Brasileiro. O sonho do clube paulista, aliás, era que o atacante fizesse sua estreia contra o Salgueiro, já neste sábado, e enfrentasse Guarani e Bragantino até que fosse divulgada a sentença final de seu caso de doping. O treinador garante estar ciente do risco, mas depois de conversar com o atacante por dois dias, tem a certeza de que o melhor é vê-lo em atividade o mais rapidamente possível.

- O Jobson ainda está zonzo com a saída do Bahia e preocupado com a rescisão. Mas seria bom que ele jogasse pelo menos até a decisão da Corte, pois, para um atleta, o corpo parado é a oficina do diabo. Mais uma vez ele precisa de ajuda - disse.

O Barueri é um entre os muitos clubes do Brasil de olho na brecha dada pelo regulamento da CBF para buscar a contratação do atacante. O clube paulista aposta na validade da Resolução da Presidência número 3/2005. O artigo I cita o seguinte: "Dentro da temporada que se inicia com a Copa do Brasil e termina com o Campeonato Brasileiro, somente serão permitidas, a cada jogador, duas transferências interestaduais, entre definitivas e temporárias;". Jobson foi regularizado pelo Atlético-MG no dia 26 de janeiro, e a Copa do Brasil de 2011 começou em 16 de fevereiro. Dessa forma, para efeitos burocráticos, deve-se contar apenas o empréstimo do atacante do Botafogo para o Bahia.

Vitória, Sport, Ponte Preta, São Caetano, Vila Nova, Paysandu e América-RJ são alguns que teriam consultado os representantes do jogador sobre a possibilidade de transferência, mas o Barueri parece ser o mais próximo de um acerto. O Racing Santander, da Espanha, também mostrou-se interessado. No entanto, o Botafogo, que detém 60% dos direitos econômicos de Jobson (os 40% restantes pertencem ao Brasiliense), tem a ideia inicial de aguardar o veredicto do TAS para somente então avançar nas conversas e tentar uma venda em definitivo. O atacante tem contrato com o Alvinegro até junho de 2015.

Jobson treina para manter a forma na Bahia

(Foto: Wesley Santos / PressDigital)

  Depois da vitória do Botafogo por 2 a 1 sobre o Palmeiras, na última rodada do Brasileiro de 2009, coube a Estevam Soares, em entrevista coletiva, a tarefa de dizer que Jobson estava deixando o clube rumo ao Cruzeiro. No entanto, exatamente por causa do doping naquela partida, a negociação não aconteceu. Agora, o treinador deseja estar novamente ao lado do atacante que, segundo ele, teve papel decisivo para que o Alvinegro não fosse rebaixado naquele ano.

- Se o Botafogo não tivesse contratado o Jefferson e o Jobson, teria caído. Desde que colhemos as primeiras informações para contratá-lo, sabíamos que era uma bomba-relógio. Por isso, tivemos que vigiá-lo o tempo todo, trocando a guarda e conversando muito. Apesar do que aconteceu no fim daquele ano, posso dizer que minha experiência com o Jobson foi boa. É um jogador diferenciado - frisou.

O treinador acredita que, com a estabilidade financeira do Barueri, será possível dar tranquilidade a Jobson para que finalmente possa se destacar apenas pelo que faz dentro de campo.

- Ele precisa ter ao seu lado pessoas em quem confia, porque quando as coisas dão errado ele acaba fazendo mal apenas a ele mesmo. Acredito que nossa amizade ajudará o Jobson a ter tranquilidade para fazer o que sabe melhor: jogar futebol.          

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