Em má fase no circuito internacional, Thomaz Bellucci vai tentar reencontrar a sua paz em casa, a partir da próxima semana, na disputa do Challenger de São Paulo. Nesta sexta-feira, durante a apresentação do torneio, o paulista - convidado, já que sua colocacão no ranking (27ª) não permite a inscrição direta em uma competição mais fraca - reconheceu que falta consistência ao seu jogo, principalmente em quadra rápida, e que ainda precisa melhorar. Rebateu as críticas, no entanto, seguindo em outra direção. Para o tenista, treinado há dois anos por João Zwetsch, falta qualificação aos técnicos brasileiros.
- Os técnicos no Brasil são muito fracos. Falta qualificação. Nunca tivemos uma tradição de bons técnicos no Brasil. Você pode ver que temos Centros de Treinamento com um baita investimento e não sai nenhum jogador de lá. Recebem o dinheiro e não formam ninguém. Não existe outra opção. Há investimento, o comprometimento dos jogadores. O que falta não é verba, são técnicos.
Bellucci também não poupa ex-jogadores. Para o paulista, que não citou nomes, tenistas aposentados e que fizeram carreira no circuito poderiam ajudar mais na formação de novos talentos.
- Com a experiência que eles têm, ajudariam. Seriam muito melhores do que técnicos que nunca competiram profissionalmente. Isso não acontece em outros países. Você vê na Espanha, na Argentina, ex-jogadores como técnicos. Se fosse assim aqui, poderíamos ter uma situação diferente.
Das críticas, Bellucci poupa apenas seu técnico e Larri Passos, que treinou Guga e hoje tem o jovem Tiago Fernandes como pupilo. Para o melhor tenista brasileiro, caso o país venha a ter mais jogadores entre no top 100, não vai haver outra solução a não ser buscar treinadores no exterior.
- Eu acho que a solução vai ser buscar técnicos fora. O Larri e o João são exceções. Dentro do Brasil, temos poucos treinadores que podem trabalhar com um tenista top 50. Lá fora, é mais fácil. Eu teria um técnico estrangeiro também. É normal.
O tenista paulista também se mostrou incomodado com as críticas que recebeu após a eliminação brasileira da Copa Davis, de forma traumática para a Índia. Bellucci afirma que sempre se entrega em jogos pelo Brasil, mas que alguns comentários acabam desmotivando os tenistas.
- As críticas prevalecem em jogadores que estão melhor ranqueados. Mas ouvimos coisas absurdas. É uma honra jogar pelo Brasil. Mas é um peso, porque são críticas duras, que desmotivam. Fico chateado porque sempre me dedico ao máximo. Sempre incentivei todos os outros a jogarem a Davis quando fossem convocados. Foi uma semana que machucou a todos. Mas é inevitável, por ser o número 1 do Brasil. Já passou, não tenho por que comentar sobre isso.
Após uma temporada de jogos em quadra rápida, Bellucci volta a jogar no saibro, seu piso favorito. No entanto, logo depois retornará à Europa para o Masters de Paris. Ele diz, no entanto, que isso não vai atrapalhar. E que está pronto para qualquer tipo de resultado, mesmo uma derrota inesperada.
- Eu preciso me preparar para o ano que vem, para que eu não baixe tanto o nível no segundo semestre, quase todo em quadra rápida. É o desgaste do ano inteiro. Mas estou sempre preparado. Perder, ganhar. Quero jogar tranquilo, não me preocupar com resultados.
Por: João Gabriel Rodrigues
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