Brasil encerra participação no Mundial Júnior com cinco medalhas

Brasil encerra participação no Mundial Júnior com cinco medalhas

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:31

Brasil encerra participação no Mundial Júnior com cinco medalhas

O Brasil tem judô para muitos anos ainda. A seleção brasileira júnior volta do Campeonato Mundial de Bangkok com cinco medalhas na bagagem: a melhor participação do país em mundiais da categoria em todos os tempos. Subiram ao pódio Sarah Menezes (-48kg, ouro), Rafaela Silva (-57kg, ouro), Camila Minakawa (-63kg, bronze), Mayra Aguiar (-70kg, prata), Victor Penalber (-73kg, bronze), além do quinto lugar do ligeiro Felipe Kitadai e do sétimo lugar do pesado Luis Carmo.

O Brasil acabou em terceiro lugar no quadro de medalhas geral entre 83 países, atrás apenas de Japão (11 medalhas, quatro ouros) e França (quatro medalhas, 2 ouros e 2 pratas) e à frente de Rússia, Coréia, Geórgia, entre outras potências internacionais. No feminino, o Brasil ficou em segundo no geral, novamente atrás do Japão.

"O judô feminino do Brasil tende a crescer muito ainda. Aumentamos visivelmente a quantidade de praticantes no país e, com isso, a qualidade aumenta. Nas seletivas conseguimos realmente apurar as melhores", comemora o técnico da seleção júnior feminina, Mario Tsutsui. "O maior contato com a seleção e o investimento em viagens para competições e treinamentos internacionais já estão fazendo a diferença. Temos uma boa geração em mãos", acrescenta o treinador.

E é por causa de uma dessas seletivas que o desembarque no Brasil não será tão "festivo" como se poderia supor. Parte dos atletas que chegam de Bangkok já têm compromisso pela frente: a Seletiva Londres 2012, nos dias 1 e 2 de novembro, em Vitória/ES. Raquel Lopes (-52kg), Rafaela Lopes (-57kg), Camila Minakawa (-63kg), Stefanie Lupetti (-78kg), Rochelle Nunes (+78kg), Felipe Kitadai (-60kg), Marcos Seixas (-66kg), Marcelo Filho (-81kg), Bruno Altoe (-90kg), Marco Junior (-100kg) e Luis Carmo (+100kg) estará em ação no próximo final de semana. Cada categoria terá cinco concorrentes que buscarão vaga para enfrentar o reserva da seleção olímpica. O vencedor entre estes, então, disputará a posição com o titular em Pequim 2008.

"A medalha vai ajudar a motivar para a seletiva, mas lá a história é outra", diz a campeã mundial Rafaela Silva.

"Temos que virar a página rápido e concentrar no novo desafio", concorda a medalhista de bronze Camila Minakawa.

No último dia de competição na Tailândia, o ligeiro Felipe Kitadai chegou à disputa da medalha de bronze, mas foi derrotado por Gabit Esimbetov (UZB) por ippon (estrangulamento) e acabou em quinto. Felipe estreou com vitória sobre Ch Dharmawardhana, do Sri Kanka (ippon) em menos de um minuto. Na rodada seguinte, enfrentou o holandês Marciano Lantinga, a quem bateu por ippon (dois wazari). Nas quartas-de-final, o adversário foi Tumurkhuleg Davaadori (MGL). O brasileiro perdeu por wazari no golden score. Na repescagem, Felipe enfrentou o americano Aaron Kunihiro e também precisou de mais três minutos. Desta vez, porém, venceu por imobilização.

Já o meio-leve Marcos Seixas venceu Meshal Alharbi (KUW) por ippon. Na segunda luta, perdeu por ippon para o japonês Masahi Ebinuma. Rochelle Nunes, uma das seis medalhistas do último Mundial Júnior de 2006 a competir este ano na Tailândia, não conseguiu confirmar seu pódio. A medalhista de bronze em Santo Domingo perdeu na primeira luta para a coreana Ji-Youn Kim na primeira rodada por yuko.

As novas regras em teste durante a competição agradaram à comissão técnica do Brasil. Entre as modificações, a Federação Internacional de Judô propõe o fim do koka (pontuação mínima), a possibilidade de se continuar a ação quando pelo menos um dos atletas tiver parte do corpo dentro da área de luta, golden score de três minutos apenas, além de mudança no sistema de repescagem (voltam apenas os atletas que perderem nas semifinais). Já em implantação desde os Jogos Olímpicos de Pequim, outra alteração diz respeito às punições para quem pegar a calça do adversário.

"Vamos enviar à FIJ um dossiê com nosso parecer. À primeira vista algumas regras são boas. Quanto à repescagem, temos que avaliar melhor os efeitos desta nova proposta para as categorias menores", comenta o coordenador das categorias de base da Confederação Brasileira de Judô, Josué Moraes, destacando ainda mais o valor das medalhas conquistadas uma vez que ficou mais difícil ir à repescagem. No caso do Brasil, todos os medalhistas chegaram (ou passaram) das semifinais. "Se ainda fosse usado o sistema antigo, Rochele, no pesado, Stefanie, no meio pesado, Raquel e Marcos, no meio-leve, teriam voltado na repescagem", aponta Moraes.

"De maneira geral, as regras estão sendo boas para o judô brasileiro no que diz respeito às punições que estão sendo feitas para coibir a influência de outras modalidades nas lutas. O judô tradicional está voltando", acredita Mario Tsutsui.

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