Clubes da Série A demitem mais da metade de seus técnicos

Clubes da Série A demitem mais da metade de seus técnicos

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:25

No title O futebol brasileiro não mudou nada em 2010. Com pouco mais de cinco meses de temporada, a rotina de demissões de treinadores foi mantida: 11 dos 20 times da Série A já dispensaram seus comandantes. Os Estaduais foram tão decisivos para a mudança de planejamento de mais da metade dos clubes da elite que nem mesmo a Copa Libertadores, prioridade do Flamengo na temporada, foi determinante para a manutenção do técnico. Andrade não conseguiu se segurar no cargo e foi mandado embora.

Sem tempo para trabalhar, os técnicos reclamam da pressão que recebem desde o primeiro dia de preparação para a temporada. Apenas nove treinadores conseguiram salvar o emprego em 2010. Cruzeiro, Corinthians, São Paulo, Atlético-MG, Avaí, Grêmio, Internacional, Santos e Vitória aceitaram o argumento de chances de conquista da Libertadores e título estadual para manter os seus comandantes.

Por outro lado, a decisão de demitir foi tomada por Atlético-GO, Atlético-PR, Botafogo, Ceará, Flamengo, Fluminense, Goiás, Grêmio Prudente, Guarani, Palmeiras e Vasco. Apenas Atlético-GO e Botafogo foram bem-sucedidos até o momento, graças à conquista do Estadual. "Todos os clubes sabem que é fundamental o técnico ter tempo para treinar, conhecer os jogadores e a estrutura do clube. Mas não é uma coisa fácil de acontecer", destaca Cuca, demitido do Fluminense em abril, em entrevista ao UOL Esporte.

Estevam Soares foi responsável por salvar o Botafogo do rebaixamento para a segunda divisão nacional em 2009 e pela formação do elenco no início de 2010. Após uma goleada de 6 a 0 para o rival Vasco foi demitido. Joel Santana o substituiu e conquistou o título estadual de forma antecipada, após faturar a Taça Guanabara e a Taça Rio. Estevam critica a pressa da diretoria do clube alvinegro.

"O Joel entrou e fez um excelente trabalho. Mas o time que ele tinha na mão era o mesmo que o meu. Quem garante que eu não faria a mesma coisa, caso tivesse a mesma chance?", questiona o treinador, que não perdoa a decisão da diretoria do Botafogo. "O calendário do início do ano mata qualquer técnico. Ele tem que lidar com jogadores voltando de férias e outros que ainda estão em busca de adaptação ao clube ou melhora física. Mas não tive essa chance".

Assim como Andrade, demitido do Flamengo por causa da má campanha no Estadual, e também pelo desempenho abaixo do esperado na Libertadores, Fossati é alvo de constantes insinuações sobre a sua saída do Internacional. O técnico uruguaio reclama do clima ‘inseguro’ no Rio Grande do Sul e afirma jamais ter sentido tanta pressão na carreira.

"Tem torcedor deixando se levar pela ansiedade, nervosismo ou o que for. Pega no pé do jogador, do treinador. Isso nunca vai servir positivamente. Estou surpreso demais, porque nunca tinha visto tanta cobrança. Tenho escutado cobranças mesmo ganhando", reforça Fossati.

Por Luiz Gabriel Ribeiro

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