Com 19 anos, Nasr surge como promessa brasileira no automobilismo e tem apoio de Eike Batista

Jovem promessa tem apoio de Eike Batista

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:15

Felipe Nasr tem apenas 19 anos, mas já carrega grande responsabilidade. Após os títulos da Fórmula BMW Europeia em 2009 e da Fórmula 3 Inglesa no ano passado, Nasr foi confirmado naequipe que é a atual campeã da GP2 para a temporada 2012, a DAMS. A categoria pode ser considerada o último passo na carreira de um piloto antes da Fórmula 1.

Com isso, o garoto tornou-se uma das maiores esperanças do automobilismo brasileiro. Em entrevista exclusiva ao iG, Nasr falou sobre seus planos para os próximos anos de carreira, possíveis contatos com equipes da F1, novos patrocínios, e a expectativa para a temporada naGP2.

Nascido em Brasília em 21 de agosto de 1992, o jovem não pôde ver quando seu ídolo Ayrton Senna conquistou o tricampeonato mundial de Fórmula 1, em 1991. Aquele, aliás, foi o último título de um piloto brasileiro na F1.

Sobre o grande sonho de competir pela principal competição do automobilismo e repetir o sucesso do ídolo, Nasr já mostra pressa para ter o primeiro contato com o carro. “Quem sabe não posso testar um F1 ainda no final deste ano em algum programa de jovens pilotos? É meu objetivo”.

Quem trabalha duro e conhece as pessoas certas para fazer Nasr chegar à Fórmula 1 é seu empresário, Steve Robertson. O inglês também gerencia a carreira do campeão mundial da categoria em 2007, Kimi Raikkonen. Os dois são donos da equipe Double R, equipe na qual Nasr correu na F3 Inglesa, e que tem sede em Woking, mesma cidade da McLaren. “Já tive contatos através de meu empresário com McLaren e Ferrari, pois ele conhece bastante lá dentro, e eles estão de olho em tudo. Mas foram contatos breves, sem acordos e nem planejamento”, disse Nasr.

Além da boa relação com as grandes equipes, o que ajuda na chegada de um piloto à F1 atual são os patrocínios. E esse aporte financeiro não falta a Nasr a partir de 2012. O brasiliense começa a temporada com o apoio de ninguém menos do que Eike Batista, que fechou contrato de patrocínio de sua empresa OGX com o jovem piloto. O Banco do Brasil também já aposta suas fichas na carreira de Nasr.

Apesar de toda ajuda externa, Nasr não quer saber de comprar vaga no grid. “A cada dia vemos mais pilotos pagantes entrando na F1, virou rotina agora... O dinheiro está comprando vagas lá. Estou com patrocinadores, mas quero chegar lá pelo meu talento, não quero comprar vaga nenhuma na Fórmula 1. Quero chegar por mérito meu”, afirmou.

Mérito e talento que Nasr vem provando ano após ano em sua carreira. Os dois títulos conquistados nas três últimas temporadas demonstram que a evolução do brasiliense pode o credenciar como o próximo grande piloto brasileiro na F1.

“Um talento excepcional” foi a forma que o bicampeão mundial Emerson Fittipaldi encontrou para descrever o jovem. Raul Boesel, ex-piloto de F1 e Indy, também elogiou o jovem: “tem muito talento e uma família que administra muito bem sua carreira”.

Em números, a carreira de Nasr já mostra bons resultados até aqui. Nas 82 corridas em que largou, o piloto chegou ao pódio em 39, quase metade delas. Foram 17 vitórias e 17 poles. Além disso, Nasr foi o único brasileiro presente na lista dos 50 melhores pilotos de 2011 da revista inglesa Autosport, uma das mais conceituadas em automobilismo.

Fórmula 1 em 2013

Sobre a possibilidade de já correr na F1 em 2013, Nasr mostrou que não quer queimar etapas entrando na categoria por equipes pequenas. “Se for pra ir para a F1 em uma equipe pequena, prefiro esperar na GP2, para começar na F1 de uma forma boa, sem correr riscos. Em uma equipe pequena os resultados não vão aparecer”.

Porém, Nasr acredita que há uma maneira de correr na principal categoria do automobilismo já no ano que vem. “Chegar na F1 em uma equipe grande como piloto de testes no ano que vem seria uma boa. Hoje em dia é difícil entrar sem passar por isso, testando o carro nas sextas-feiras, pegando bastante contato com o carro. Se surgir, acho que é uma ótima ideia para mim”.

Adaptação à GP2

Para a temporada de estreia na GP2, Nasr terá o desafio de se adaptar logo ao carro para brigar por resultados. “Vai ser minha primeira vez na equipe, no carro, com o pneu, com o motor, os freios... É tudo muito novo. Do meio pra frente do ano devo melhorar, mas nunca se sabe se já me acostumo rápido”.

Sobre os circuitos da GP2, que neste ano terá 11 das 12 corridas servindo como apoio à Fórmula 1, Nasr afirmou que não terá grandes problemas. “Dos circuitos conheço quase todos. Não conheço Malásia, Bahrein e Mônaco. Em Cingapura devo levar uma vantagem, pois devo ser o único que já correu lá na Fórmula BMW, e será a primeira vez que a GP2 terá prova lá”.

Para concluir, Nasr jogou a responsabilidade neste ano para seu companheiro de equipe, o italiano Davide Valsecchi. “Ele já tem quatro temporadas na GP2, está numa equipe de ponta, a pressão toda está em cima dele. Ele que tem que mostrar, se arriscar, ganhar corridas, campeonato. Mas para mim é uma ótima referência estar ao lado dele, o trabalho que ele fizer eu estarei olhando”, concluiu.

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