Com aplicação, Flu resiste à pressão do Vasco, vence e continua líder

Com aplicação, Flu resiste à pressão do Vasco, vence e continua líder

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:07

Antes, o Corinthians havia feito a sua parte, ao derrotar o São Paulo por 2 a 0 no Morumbi. O Cruzeiro também. Venceu o Vitória no Barradão. Restava ao Fluminense derrotar o Vasco no Engenhão, neste domingo, para não deixar escapar a liderança do Brasileirão. E o triunfo ocorreu graças à aplicação tática, aliada à luta e à sorte que costuma acompanhar os campeões. O time de guerreiros, conforme canta sua torcida, resistiu à forte pressão do Vasco no fim. O gol de Tartá, com apenas três minutos de jogo, garantiu o 1 a 0 que leva a equipe aos 61 pontos, um ponto à frente dos outros candidatos ao título, a quatro rodadas do fim do Brasileirão 2010.

Nas arquibancadas, a resposta do torcedor foi com a costumeira empolgação. A notícia ruim para o tricolor que viu pela TV ou esteve presente ao Engenhão na noite deste domingo - o público, de pouco mais de 16 mil pagantes, com mais de 20 mil presentes, voltou a decepcionar - é que o meia Marquinho, numa trombada com o próprio colega de time, o zagueiro Leandro Euzébio, deixou o campo com suspeita de fratura no braço.

Houve também tumulto no fim da partida. Do lado do Vasco, não faltaram reclamações contra o árbitro Péricles Bassols, que foi cercado pelos jogadores. A maior foi pela forma como terminou a partida. A bola havia sido alçada na área para Fumagalli cabecear. Fernando Prass, Fágner e Nunes foram os que mais se queixaram. O atacante, inconformado também com Leandro Euzébio - os dois se estranharam durantes os 90 minutos -, chegou a esperar o zagueiro tricolor descer no túnel para o vestiário com intenção de agredi-lo. Acabou contido  pelo zagueiro Dedé e o técnico PC Gusmão.

Briga boa mesmo é pelo título. Na 35ª rodada, o Fluminense receberá o Goiás também no Engenhão, no próximo domingo. No mesmo dia, em São Januário, o Vasco pegará o São Paulo.

Gol no começo do Flu

No primeiro tempo, o Tricolor aproveitou-se dos erros de marcação e da lentidão do Vasco para obter com justiça a vantagem no marcador,  ainda que nos minutos finais tenha levado uma pressão do adversário, que acertou principalmente o buraco criado entre os seus setores.

O jogo já começou com muita emoção. O técnico PC Gusmão surpreendeu ao escalar o Vasco no 4-3-3. Em vez de começar com o volante Jumar, optou por Jonathan na frente fazendo companhia a Eder Luis e Nunes. E logo no primeiro minuto, o camisa 15, pela direita, tratou de aproveitar bem a chance de começar como titular. Pela direita, centrou na medida para Nunes. O centroavante bateu pelo alto e perdeu uma grande oportunidade de abrir o placar.

Assista aos melhores momentos da partida

O susto não abalou o Fluminense, mais motivado em campo por uma vitória. Num contra-ataque iniciado por uma "pipocada" de Felipe, que perdeu a bola, Tartá serviu Washington pela meia esquerda. O atacante cortou Cesinha para o meio e bateu cruzado. Fernando Prass espalmou nos pés de Tartá, que se antecipou à defesa cruzmaltina e escorou para as redes, aos três minutos, abrindo o placar para o Tricolor.

Erros cruzmaltinos

Com a desvantagem no placar logo no início, o Vasco se viu obrigado a sair mais ainda para o jogo. Só que a saída de bola era lenta para servir Felipe. Com isso, o ataque, apesar de contar com três jogadores, pouco rendia porque não era municiado. E o meio-campo, com menos um na marcação, perdia a maioria das jogadas e deixava buracos na defesa, que errava na saída de bola.

Numa bobeira dessas, Washington, livre no meio, serviu Conca na esquerda. O camisa 11, que andava marcado ora por Romulo ora pelo camisa 8 Rafael Carioca, dessa vez não tomou conhecimento e bateu cruzado. Prass foi bem na bola e espalmou para escanteio. Logo depois, Carlinhos, também pela esquerda, teve chance semelhante, mas bateu fraco.

Se o esquema defensivo cruzmaltino mostrava falhas de marcação e erros na saída de bola, além da lentidão, o ferrolho montado por Muricy dava poucas chances ao adversário de criar. Favorecida pela boa marcação do meio-campo, que fechava bem os lados para evitar os avanços dos laterais Fágner e Max, a zaga tomava conta da área.  Leandro Euzébio, com atadura após uma contusão na cabeça, ditava a disposição. No meio, Valencia, Fernando Bob e Marquinhos lutavam pela bola. Tartá e Washington, bem, se movimentavam na frente e criavam.

Vasco quase empata

A partir dos 33 minutos, após Mariano arrancar pela direita e bater para Dedé desviar a bola para escanteio e assustar Fernando Prass, o panorama mudou. A marcação vascaína adiantou, aproximando o meio do ataque. Com menos buracos, o toque de bola melhorou. Nunes teve boa chance mas foi travado por Gum. Eder Luis e Jonathan se mexiam mais, abrindo espaços e chamando os laterais. Numa falta cobrada pela esquerda, Eder Luis cabeceou de costas para o gol. Ricardo Berna espalmou para escanteio.

Outro que passou a participar melhor do jogo foi Felipe. O camisa 6 vascaíno fez sua melhor jogada pela meia direita, quando ajeitou a bola e bateu de canhota, rente à trave. E no fim do primeiro tempo, a oportunidade do empate ocorreu do outro lado do campo. Mariano errou saída de bola. Max a tomou e deu um tirambaço de canhota, mas a bola perdeu a direção.

Segundo tempo

PC Gusmão reclamou da falha nas finalizações. E mandou o Vasco continuar no ataque. O Flu, com a vantagem no placar, esperava o adversário e buscava explorar os contra-ataques, principalmente com a velocidade dos laterais Mariano e Carlinhos.

Aos sete minutos, numa confusão na área, com a bola parada, Cesinha deu uma cotovelada em Conca que o árbitro Péricles Bassols não puniu. Apagado no primeiro tempo, o camisa 11 argentino pelo menos buscava mais se livrar da marcação. Do outro lado, Felipe, apesar de vigiado por Fernando Bob, crescia na armação das jogadas. Numa delas, arriscou de perna direita, que não é seu forte. Bola fora. Pouco depois, iniciou outra na medida para Jonathan, da meia-lua, mandar uma bomba que Berna salvou para escanteio, na melhor defesa do jogo.

O Vasco avançava os laterais - PC Gusmão lançou Irrazábal no lugar de Max pela esquerda. Mas foi pelo lado direito que surgiu outra grande oportunidade de empate. Mas Eder Luis bateu cruzado, à direita de Ricardo Berna, com perigo. Na jogada seguinte, Fágner tropeçou em Marquinhos, que vinha por trás e tomou a bola em condições de marcar. Demorou a cortar Prass e bater. Fágner se recuperou e salvou o Vasco de sofrer o segundo gol.

Eder Luis cansou e deu vez a Jefferson Silva. Felipe e Irrazábal trocavam de posição para aumentar o gás no meio-campo. Do lado tricolor, Tartá, cansado, sumiu. Quem apareceu bem novamente foi Mariano, que centrou na medida, mas Washington não alcançou a bola.  O que aumentou o drama tricolor.

PC Gusmão arriscou com Fumagalli no lugar de Rafael Carioca. Mais ofensivo, o Vasco insistia, e Nunes por pouco não empatou. O atacante recebeu de Fágner e chutou na trave. Muricy respondeu no Flu com Thiaguinho no lugar de Tartá. Quando ia lançar Rodriguinho no de Washington, Marquinho se chocou com Leandro Euzébio e saiu com suspeita de fratura no braço.

No contra-ataque, no fim, Conca fez sua melhor jogada na partida e serviu Washington, que perdeu nova chance e irritou a torcida, tensa com a pressão do Vasco e o jejum do atacante de 12 partidas sem marcar. No apito final do árbitro, confusão. Fernando Prass e Fágner, além do resto do time do Vasco, reclamaram da forma como Péricles Bassols terminou a partida, com a equipe no ataque.  Apesar de todo o sofrimento, a festa foi tricolor no fim.

Por: Diego Rodrigues e Fred Huber

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições