Coreia do Norte é rival mais fraco do Brasil na história das Copas, pelo ranking da Fifa

Coreia do Norte é rival mais fraco do Brasil na história das Copas, pelo ranking da Fifa

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:24

O adversário mais fraco em todos os tempos. Esse é a Coreia do Norte que o Brasil enfrenta, daqui a pouco, no Ellis Park, em Johannesburgo. Os coreanos estão na 105ª colocação no ranking da Fifa. A seleção de Dunga é o primeira.

Nunca a disparidade foi tão grande. Até agora, nas quatro Copas disputadas sob a existência do ranking, o pior adversário do Brasil havia sido outra equipe da Ásia: a China, 50ª colocada em 2002, quando a seleção venceu por 4 a 0, na primeira fase.

Este, aliás, é outro dado estatístico animador: o Brasil jogou duas vezes contra equipes asiáticas em Mundiais. Venceu as duas, com facilidade. Além dos 4 a 0 sobre a China em 2002, houve também uma goleada por 4 a 1 sobre o Japão, em 2006.

O histórico da Coreia do Norte também indica um jogo tranquilo para o Brasil. Além de ocupar a 105ª posição no ranking de maio, o último a ser divulgado antes do início do Mundial na África do Sul, a seleção asiática, desde a criação da lista, em 1993, teve como melhor posição um 57ª, em novembro daquele mesmo ano. Em julho do ano passado, em seu principal momento de 2009, o time liderado pelo atacante Jung Tae-Se era o 83º colocado.

O Brasil, por outro lado, nunca esteve fora da lista dos 10 primeiros do ranking – sua pior posição é o oitavo lugar na primeira lista, em junho de 1993. Nos últimos anos, o pior momento foi em agosto e setembro de 2008, quando a equipe, que não conseguia vencer jogando em casa pelas eliminatórias da Copa, ocupou a sexta posição. Hoje, o Brasil está em primeiro lugar.

Agora, nos dias que antecederam a estreia, técnico e os jogadores brasileiros fizeram o máximo para valorizar o adversário e deixar de lado o histórico e as estatísticas. Mas é difícil. Não há como não apontá-lo como o mais fraco do grupo ou mesmo da Copa da África. Uma das principais preocupações de Dunga, aliás, está em sua própria seleção e como ela irá controlar a ansiedade na estreia do mundial.

- Não há jogo fácil na Copa do Mundo. Se alguém pensar assim pode ter uma grande decepção. O Brasil se preparou da melhor maneira possível para enfrentar um adversário difícil. Eu considero os coreanos como um rival que não chegou à Copa por acaso. O time é compacto, rápido nos contragolpes. Além do mais é a partida de estreia na Copa.  Há lado psicológico. A emoção, a ansiedade. Os meus jogadores precisam estar focados, sabendo o que vão fazer.

O tom de preocupação não é teatro. Dunga foi esperto. Mostrou vídeos de melhores momentos do time norte-coreano. Foi mais uma estratégia para ele não deixar seus jogadores se contagiarem com as apostas na partida mais fácil da Copa do Mundo. Sua intenção foi alertar os seus jogadores para evitar a maior surpresa da Copa do Mundo.

E deu certo. A supervalorização do adversário teve ressonância no time, como apontou o zagueiro Lúcio.

- Nós não podemos bobear. O importante é levar a sério o jogo do início ao fim. Não importa o que as pessoas falem. Jogo de Copa do Mundo é sempre complicado. São as melhores seleções que estão por aqui. A Coréia do Norte é um país fechado, por isso não estamos acostumados a ver seus jogadores.

O atacante Luis Fabiano pode até pensar que hoje será a chance dele se isolar na artilharia da Copa logo na primeira rodada. Mas ele não assume isso de maneira alguma e descarta a obrigação de golear o adversário.

- Nós estamos focados. Não  importa se as pessoas digam que os coreanos são fracos. Para nós, eles não são. E não queremos nem pensar nesta história de ter de golear. Aqui não é lugar para dar show, espetáculo. Para nós o que importa é vencer.

Estratégia

Mas se as palavras são contidas, a maneira de treinar, não. O Brasil treinou muito e executou nos amistosos contra Zimbábue e Tanzânia a estratégia de marcar sob pressão a saída de bola. Estratégia plenamente ofensiva, utilizada quando adversário é bem mais fraco. A pressão é para conseguir marcar o primeiro gol o mais rápido possível e desestabilizar os norte-coreanos.

Para Kaká, a seleção brasileira só precisa evitar a ansiedade de marcar logo o primeiro gol.

- O importante no futebol é o primeiro gol. E para isso temos 90 minutos. O maior erro que pode afetar o Brasil é a ansiedade. E vamos evitá-lo. É preciso ter calma. Entender o jogo contra a Coréia do Norte.

Experiência para isso, segundo Luis Fabiano, não irá faltar.

- Aqui na Seleção não existe ninguém inexperiente. Todos nós já tivemos surpresas desagradáveis com nossos times. E não brincar com a sorte. Tudo o que um time quer é sentir que o outro não o leva a sério. Isso nós não vamos fazer. Foi a seriedade que nos trouxe até aqui.

Como funciona

O ranking de seleções da Fifa é calculado por uma fórmula complexa, que leva em conta os resultados obtidos pelas seleções nos últimos quatro anos, dando peso maior aos jogos mais recentes.

Além disso, influenciam a conta a importância da competição, a posição do adversário e o retrospecto recente da federação continental a que ele está vinculado. Assim, para o Brasil, uma vitória contra Portugal, hoje o terceiro no ranking, renderá mais pontos do que ganhar da Coreia do Norte.

Cada jogo rende uma pontuação, e o ranking soma a média dos resultados obtidos a cada 12 meses. Assim, os resultados obtidos na África do Sul serão levados em conta, com peso menor a cada ano, até o Mundial do Brasil, em 2014.

Por Cosme Rimoli / Fernando Cesarotti

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