De ofensa a apelido, mascote do Palmeiras completa 25 anos

De ofensa a apelido, mascote do Palmeiras completa 25 anos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:29

A mascote mais emblemática dos clubes paulistas está fazendo mais um aniversário. E, quando nasceu, o porco era um filho rejeitado.

Leia as últimas do Palmeiras O Palmeiras completa agora 25 anos da adoção do animal que não substitui o periquito como mascote oficial, mas que domina os gritos de guerra e adereços da torcida.

Moacyr Lopes Junior/Folhapress Joo Roberto Gobbato, ex-diretor do marketing do Palmeiras que, há 25 anos, teve a ideia de assumir o Porco Foi nas finais do Paulista de 1986, em agosto daquele ano. Os palmeirenses, antes dessa época, estrilavam quando ouviam os rivais chamando-os de porcos --até então, uma ofensa gravíssima.

Contra a Inter de Limeira, na decisão, no dia 31 de agosto --e, dizem, até na semifinal contra o Corinthians, dias antes-- a torcida, enfim, ignorou os rivais. O que era uma ofensa virou apoio.

E, 25 anos depois, virou um símbolo de orgulho para os palmeirenses. Mas o processo de adoção começou antes, em 1983. E não foi simples.

PROVOCAÇÕES

"Assumir o porco? Você ficou maluco?", foi o que ouviu o então diretor de marketing do clube, João Roberto Gobbato, em 1983. Munido de um desenho, feito à mão pela sua mulher, e uma carta chamada "A bem da verdade", ele iniciou um processo de adoção do porco que levaria três anos para enfim ser aceito e concluído.

"Na época, soava tão absurdo como se hoje o São Paulo assumisse o bâmbi e o Corinthians assumisse o gambá", declarou Gobbato, empresário, já fora do clube.

Ele usou um argumento que passava pelo orgulho verde. Tiraria uma arma das mãos dos rivais, que não poderiam mais chamar o Palmeiras de porco. "É absorvendo certos apelidos que acabamos com a ação de sermos alvo de gozação", diz a carta.

A ideia era adotar o porco sem tirar do periquito o status de símbolo do clube. Consequentemente, isso diminuiria, também, a violência nos estádios paulistas. Aos poucos, ele foi convencendo os cartolas palmeirenses.

Então, em 1986, Gobbato juntou as duas principais torcidas organizadas do clube, Mancha Verde e TUP. Conversou com alguns jogadores, como Jorginho. Todos apoiaram a ideia do porco.

Então, nas finais do Estadual de 1986, o porco estreou. "E dá-lhe porco, e dá-lhe porco, olê, olê, olê", gritaram os palmeirenses no Morumbi. Dois meses depois, o clube foi além: promoveu a entrada de torcedores e jogadores em campo segurando um porco em uma partida contra o Santos, pelo Nacional.

Jorginho, ex-atacante, posou com o bicho na capa da "Placar". Desde então, o porco virou o símbolo máximo do Palmeiras, embora, até hoje, encontre alguma resistência.

"O símbolo do Palmeiras é o periquito. Está no estatuto. O porco foi adotado como medida de amenizar as provocações rivais. Mas dizer que é o símbolo do Palmeiras é demais", afirmou o diretor de futebol Roberto Frizzo, que fazia parte do clube já naquela época, 25 anos atrás.

O incômodo da velha guarda tem explicação. A origem do apelido mexe com o brio dos italianos --foi na Segunda Guerra que surgiu a alcunha. Com o tempo, a ofensa foi alimentada pelos rivais, principalmente pelo Corinthians.

"Quero ver se eles [corintianos e são-paulinos] vão assumir o gambá e o bâmbi", provoca Gobbato.       FOnte: FOlha

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